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“Mim não falar tu língua”

(Foto: Reprodução)

Essa semana, eu e o Patrickão tivemos aquele tipo de desentendimento básico dos casais que se amam: um esperando atenção e cuidados do outro, no decorrer de dias intensos e recheados de muito estresse.

Sabe quando você está com os nervos à flor da pele e só precisa de um apoio emocional? Pois é. Ocorre que ambos estávamos nessas condições. O resultado? Encrenca. E sabem por quê? Ruído de comunicação.

Explico. (Pausa dramática para criar suspense antes do desenrolar dos acontecimentos).

Volta no tempo. Tem livros que mudam a vida da gente. E assim foi com “As cinco linguagens do amor”. A obra é um clássico. Escrita em 1992, foi um bestseller mundial já traduzido em 50 idiomas, certamente por tocar em um ponto nevrálgico dos relacionamentos: a comunicação.

Após mais de 40 anos acompanhando casais como conselheiro matrimonial, o pastor Gary Chapman “empacotou” todo o conhecimento coletado para concluir que a grande dificuldade das pessoas decorre do fato de que há formas diferentes de expressar o seu amor. E mais! Formas diferentes de se sentir amado – e, veja só, nem sempre elas são correspondentes. Com base na sua experiência, há, portanto, cinco linguagens do amor. E os desentendimentos acontecem porque que a maioria das pessoas não consegue interpretar os atos do seu parceiro como sendo demonstração de afeto, já que tem outra linguagem como sendo a forma de comunicar o sentimento.

É como se fossem pessoas que convivem falando línguas diferentes! Obviamente, a comunicação será truncada, ainda que o sentimento seja verdadeiro. Afinal, se, em um casal, um fala inglês e o outro fala espanhol, até que se acertem as diferenças linguísticas, muitos mal-entendidos ocorrerão, certo?

Pois bem. Segundo Chapman, as cinco linguagens do amor consistem nas seguintes:

Costumamos ter uma linguagem primária e uma secundária – e, claro, isso não significa que não transitemos pelas outras ou que não reconheçamos quando outra pessoa as utiliza. A questão é que, principalmente em um relacionamento conjugal, as cobranças são muitas, os ânimos podem ficar exaltados, e os cônjuges acabam, muitas vezes, “cegos” e “surdos” à comunicação do outro. Porém, ao tomarmos consciência de que o amor pode ser demonstrado de uma forma diversa da qual percebemos naturalmente, tudo fica mais simples. E eu repito: TUDO.

O livro tem exercícios para que ambos identifiquem a sua linguagem. Eu fiz tudo direitinho, identifiquei a minha forma de demonstrar amor e a minha forma de me sentir amada. O Patrickão, claro que não o fez, apesar de o livro ter repousado na mesa de cabeceira que fica do seu lado da cama por cerca de 8 meses. Mas ok, porque pelo menos eu tenho o conhecimento para reorganizar a “lambança” emocional do lar – acho que já me habituei ao meu papel de gestora das emoções alheias mesmo, e tá tudo certo (devo ser um ser de luz).

Obviamente, não vou contar para vocês qual é a nossa linguagem do amor, maaaaaaaaas vou deixar aqui algumas reflexões: você sabe qual é a sua? O que faz você se sentir mais amado pelo seu cônjuge? O que você deseja acima de qualquer coisa? O que seu cônjuge faz ou diz que o magoa profundamente? Ao encontrar tais respostas, você encontrará a sua linguagem do amor.

Por aqui, a paz voltou a reinar. Até o próximo quiproquó linguístico, é claro.

Ali Klemt

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