Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2023
Sem confirmação pelo governo, a suspeita é de que análise se refira a um animal idoso que morreu num pasto no Pará
Foto: Agência Brasil/ArquivoO Ministério da Agricultura informou nesta segunda-feira (20) à tarde que está investigando uma suspeita de caso de vaca-louca no Brasil. A pasta não informou o local, mas a suspeita aponta para um animal idoso e que morreu em um pasto no Pará.
“Acerca do caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina (nome “oficial” da doença), todas as medidas estão sendo adotadas pelos governos. A suspeita já foi submetida a análise laboratorial para a confirmação ou não e, a partir do resultado, serão aplicadas imediatamente as ações cabíveis”, informou a pasta em comunicado.
O óbito em pasto aumenta as chances de que o suposto caso tenha se originado de forma “atípica”, espontaneamente na natureza, em vez de ser transmitido pela ingestão de ração animal contaminada. Em tese, isso reduz as chances de imposição de barreiras comerciais.
Últimos casos
Os últimos diagnósticos de vaca-louca registrados no Brasil ocorreram em 2021, em Minas Gerais e no Mato Grosso. Na ocasião, os casos também foram atípicos, mas a China, maior comprador de carne do Brasil, suspendeu a compra de carne bovina brasileira por três meses, de setembro a dezembro daquele ano.
Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de vaca-louca, provocado pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados. Causada por um príon, molécula de proteína sem código genético, a doença degenerativa é também chamada de encefalite espongiforme bovina. As proteínas modificadas consomem o cérebro do animal, tornando-o comparável a uma esponja.
Além de bois e vacas, a doença acomete búfalos, ovelhas e cabras. A ingestão de carne e de subprodutos dos animais contaminados com os príons provoca, nos seres humanos, a encefalopatia espongiforme transmissível.
No fim dos anos 1990, houve um surto de casos de vaca-louca em humanos no Reino Unido, que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país por vários meses. Na ocasião, a doença foi transmitida aos seres humanos por meio de bois alimentados com ração animal contaminada.
