O Ministério da Defesa respondeu nessa quinta-feira (26) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre visitas recebidas na prisão por militares investigados na trama golpista.
Há dois dias, Moraes havia dado 48h para os comandos das unidades militares onde os oficiais estão presos informarem se ocorreu alguma irregularidade na frequência das visitas. Moraes recebeu denúncias de visitas todos os dias, o que não é permitido.
A Defesa se manifestou sobre os seguintes presos: general Braga Netto, general Mário Fernandes, tenente-coronel Hélio LIma e tenente-coronel Rodrigo Azevedo.
Em relação a Fernandes e Braga Netto, o Exército respondeu que não há visitas diárias aos dois. Por isso, não houve desrespeito às regras de visitas.
No caso de Hélio Lima, o Exército informou que ele recebeu visitas diárias da esposa, coronel Carla Lobo, com autorização do comandante do 1º Batalhão de Guarda. Isso ocorreu, segundo os militares, “extraordinariamente”, já que a mulher mora atualmente em Manaus.
“A extraordinariedade das visitas realizadas pela Coronel Médica Carla Lobo Loureiro se justificou pelo fato de a mesma residir na cidade de Manaus/AM e ter permanecido na cidade do Rio de Janeiro por um curto período de tempo, somente para fins de visitação ao seu cônjuge. Por fim, diante do acima exposto, este Comando entende que, salvo outro juízo, não houve desrespeito ao regulamento de visitas, tampouco o contido nas decisões judiciais proferidas por esse Relator, relacionadas à visitação aos custodiados”.
Quem são os presos
O general Braga Netto, ex-ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi preso no dia 7 de dezembro. A PF diz que ele participou da trama golpista e discutiu com outros militares o plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.
Indiciado no inquérito da tentativa de golpe de estado da Polícia Federal, o general reformado Mário Fernandes é apontado como o responsável pelo plano Punhal Verde e Amarelo, operação que tinha como objetivo matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes após as eleições de 2022.
Segundo a PF, ele também atuou para “criar narrativa” e tentar atribuir ao então ministro da Justiça, Flávio Dino, a responsabilidade pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Já o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, segundo a PF, servia no Comando de Operações Especiais do Exército em Goiânia (GO) em 2022.
Em dezembro daquele ano, o militar passou a usar telefones que foram utilizados no plano de golpe. A suspeita é de que ele possa ter sido um dos militares que conversaram pelo aplicativo usando codinomes e tramando a ação.