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Ministério da Educação admite erro em lista do Sisu e vira alvo da União Nacional dos Estudantes e de comunidade acadêmica

UNE vai lançar plataforma para candidatos denunciarem casos. (Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasil)

O Ministério da Educação (MEC) admitiu que na manhã do dia 30 de janeiro houve uma divulgação indevida de resultados provisórios do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2024, que ainda não estavam homologados. De acordo com a pasta, os dados ficaram disponíveis por 25 minutos. A ocorrência está sendo investigada. A União Nacional dos Estudantes (UNE) classificou a situação como “um grande absurdo” e informou que vai lançar uma plataforma para os candidatos denunciarem.

Na manhã de terça-feira (30), candidatos relataram ter conseguido acessar o site do Sisu 2024 por volta das 9h. Pouco depois, vários estudantes compartilharam nas redes sociais capturas de tela que mostravam a aprovação. No entanto, o resultado oficial foi divulgado com atraso e, quando saiu, frustrou alguns daqueles que acreditaram ter obtido uma vaga em instituição pública de ensino superior.

“O que houve foi uma divulgação indevida de resultados provisórios, ainda não homologados, durante 25 minutos da manhã do dia 31 de janeiro. A ocorrência está sendo rigorosamente apurada”, explicou o MEC em nota. “O sistema é seguro e os resultados oficiais não são modificados”, acrescenta o comunicado.

Em entrevista, o ministro da Educação, Camilo Santana, ressaltou a informação de que a pasta está apurando as responsabilidades pelo ocorrido, a fim de identificar se o erro partiu da própria área técnica do MEC ou da empresa que presta serviços ao ministério.

“Vamos com muita firmeza tentar identificar onde ocorreu o erro. Mas fato é que a relação foi divulgada e as matriculas começaram”, disse Camilo Santana.

Ao ser questionado sobre o motivo de tantas falhas técnicas, o ministro respondeu que o sistema passou por “mudanças por conta da lei de cotas” e que a pasta vai “tentar identificar o número de pessoas afetadas”.

Plataforma de denúncia

A presidente da UNE, Manuela Mirella, informou que o coletivo estudantil vai lançar uma plataforma para os estudantes denunciarem esse tipo de situação que ocorreu com o MEC ao divulgar a lista do Sisu. De acordo com Manuela, o formulário de denúncia está sendo criado para suprir a “desassistência” do ministério para com os candidatos que foram prejudicados com a falha no sistema.

“O próprio MEC teria que ter criado um canal para juntar as denúncias dos estudantes, mas nada foi feito. Os advogados da UNE já foram acionados para notificar o MEC judicialmente e cobrar uma resposta efetiva sobre o que realmente houve. Todo mundo é passível de erro, mas é importante que esse erro seja esclarecido porque não se pode brincar dessa forma com o sonho de estudantes. Tem relatos de jovens com crise de ansiedade, sem nenhum amparo psicológico ou jurídico”, afirmou a presidente da UNE, que está a caminho de Brasília para tentar um contato direto com o Ministério da Educação.

Nas redes sociais, a UNE divulgou a criação da plataforma de denúncia em resposta ao relato do estudante do Rio Grande do Norte Tiago Melo, que viu seu nome entre os aprovados no curso de Tecnologia da Informação e chegou a raspar a cabeça para comemorar a conquista da vaga. Na quinta-feira (31), no entanto, o jovem descobriu que, na verdade, não havia sido aprovado em nenhuma das duas opções de curso.

“Eu e minha família vibramos muito porque sempre foi meu sonho estudar TI. Fomos para o cursinho comemorar, tirei muitas fotos, saí em rádio e até a cabeça eu raspei… Até que, pela tarde, somos avisados de que era para desconsiderar os resultados do dia 30. Esperando que a minha vaga já estivesse garantida, afinal, eu já havia passado, e tenho isso comprovado, me tranquilizei, imaginando que essas mudanças não mexeriam no meu resultado. No fim, me decepcionei”, contou o estudante.

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