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Por Redação O Sul | 19 de maio de 2020
Inscritos na consulta terão três opções de escolha.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência BrasilO ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou que o governo vai abrir consulta direta, por meio da internet, aos candidatos inscritos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para decidir a data de realização das provas deste ano.
De acordo com o ministro, a consulta ocorrerá na Página do Participante em final de junho. O MEC (Ministério da Educação) estima que 5 milhões se inscreverão.
Todos os inscritos poderão escolher entre a manutenção da data das provas, o adiamento por 30 dias e a suspensão indefinida do exame deste ano por causa da pandemia de Covid-19.
As provas do Enem estão marcadas para 1º de novembro (linguagens, códigos e suas tecnologias; redação; ciências humanas e suas tecnologias) e 8 de novembro (ciências da natureza e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias).
Projeto de lei
Após o anúncio da consulta, o Senado aprovou nesta terça-feira (19) um projeto de lei que permite o adiamento das provas do Enem. O PL 1.277/2020, de autoria da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), prevê a prorrogação automática dos prazos para testes de acesso ao ensino superior em caso de calamidade pública reconhecida pelo Congresso. O relator da matéria foi o senador Izalci Lucas (PSDB-DF). O projeto agora vai à Câmara dos Deputados. A matéria foi aprovada no Plenário virtual do Senado, por 75 votos a 1.
Para Daniella, o adiamento do Enem 2020 impedirá a concorrência desleal entre candidatos que não têm as mesmas oportunidades de acesso à internet, especialmente entre estudantes das redes pública e privada de ensino. “O que nós estamos fazendo não prejudica os outros estudantes. Isso é apenas para não reforçar a desigualdade que já existe. Qual aluno hoje tem condição de estar em casa estudando, de pagar uma plataforma de streaming, de pagar pelo YouTube, de ter uma aula de EaD [educação a distância], ou de estudar de qualquer outro jeito? Livros? Que livros eles receberam? Nenhum! Quem é o professor, o autodidata? Quantos são autodidatas para estudarem sozinhos matemática, física e química?”, questionou.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre ressaltou que a deliberação pelo adiamento, sem que se estabeleça uma data nova para a realização do exame, foi um “desejo da maioria”. “Estamos tratando desse assunto nas reuniões com líderes desde o dia 2 de abril. Mas concretamente a gente não tinha como não tomar essa decisão [sobre o calendário]. Nós precisávamos deliberar um assunto que tivesse a unanimidade dos partidos políticos. Por mais de 40 dias ficamos ouvindo, tentando buscar uma conciliação. Que isso seja um gesto também para o governo, para que a gente possa conversar mais e avançar no entendimento”, ressaltou Davi.