Sábado, 19 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 15 de abril de 2025
O governo federal sinalizou que a suspensão das cobranças será limitada e condicionada à elaboração de um diagnóstico detalhado sobre as perdas.
Foto: DivulgaçãoDirigentes de entidades do setor rural e políticos se reuniram nesta terça-feira (15), com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, para discutir a situação dos produtores rurais gaúchos atingidos pelas recentes enchentes e estiagens. Durante o encontro, o governo federal sinalizou que a suspensão das cobranças será limitada e condicionada à elaboração de um diagnóstico detalhado sobre as perdas.
A promessa é de realização de um novo encontro — desta vez com a participação de representantes dos bancos — com o objetivo de produzir um diagnóstico preciso sobre as perdas. A expectativa é de que aconteça antes da reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que segue confirmada para a próxima quarta-feira (23).
Guilherme Mello informou que o governo atuará em duas frentes: uma voltada à análise da prorrogação de dívidas de longo prazo e outra com foco em investimentos preventivos para o enfrentamento de eventos climáticos extremos.
“Reconhecemos que as mudanças climáticas têm afetado o Brasil. As secas são recorrentes. É um desafio nacional, e precisamos criar instrumentos eficazes para mitigar os impactos”, afirmou Mello.
Durante a reunião, o senador pelo Rio Grande do Sul Luis Carlos Heinze solicitou a suspensão imediata dos pagamentos por pelo menos seis meses.
“Já temos relatos de suicídios. A União precisa agir. Neste momento, a prioridade é prorrogar as dívidas até que possamos construir uma solução definitiva. São cinco anos de prejuízos bilionários”, ressaltou.
O presidente da Cotrijal, Nei Mânica, alertou que, sem ações concretas, o Rio Grande do Sul pode entrar em colapso econômico. Na mesma linha, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, afirmou que o atual modelo de crédito rural está esgotado e defendeu a criação de um novo sistema que assegure capacidade de investimento aos produtores.
A Fetag-RS reconheceu o esforço inicial do governo, mas reforçou que os recursos disponibilizados até agora foram insuficientes. “É uma bola de neve. Soluções paliativas não resolvem. Precisamos de uma ação estruturante e definitiva”, disse o presidente da entidade, Carlos Joel da Silva.
O presidente da Aprosoja-RS, Ireneu Orth, também cobrou urgência nas medidas. Segundo ele, o país tem o dever de socorrer os produtores gaúchos — que são os pioneiros da agricultura nacional.
Já o produtor Lucas Scheffer alertou que, caso o governo não anuncie ajuda emergencial, o setor deve iniciar uma paralisação a partir do dia 15 de maio.