Circula nas redes sociais, uma imagem de um portal de notícias com a informação de que o Ministério da Justiça teria pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tornar ilegal uma operação que apreendeu 45 fuzis de guerra em uma mansão na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
O conteúdo é falso. Trata-se de uma montagem que imita o portal de notícias G1. O site não publicou nenhuma reportagem com esse teor. O Supremo informou que não há decisão da Corte nesse sentido; o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) negou ter pedido o cancelamento da operação. O ministro da pasta, Flávio Dino, divulgou a ação da Polícia Federal em suas redes sociais.
Caso
No dia 10 de outubro, a Polícia Federal apreendeu 47 fuzis e centenas de munições que estavam em uma mansão na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Apesar de citar 45 armas, a montagem aqui verificada refere-se a esse episódio. O conteúdo circula amplamente em redes sociais como Instagram, WhatsApp e TikTok.
A imagem apresenta a falsa alegação em formato de notícia, com título, subtítulo e fotos das armas apreendidas e de Dino. A imagem traz a manchete: “A pedido do MJ, STF torna ilegal operação que apreendeu 45 fuzis de guerra em mansão na Barra da Tijuca”. O subtítulo da notícia falsa afirma que Dino não havia autorizado a operação e que eram ilegais escutas telefônicas que levaram ao condomínio investigado por policiais.
Ao pesquisar pela manchete no Google, o mecanismo de busca não retorna resultado idêntico, apenas notícias verdadeiras relacionadas à apreensão e uma checagem do mesmo conteúdo feita pelo site Boatos.Org, que também o considerou falso.
Procurados, o Supremo e o Ministério da Justiça, ambos citados na peça desinformativa, desmentiram o boato. Além disso, o ministro divulgou vídeo da apreensão em sua conta pessoal no X (ex-Twitter).
Apesar de não apresentar o nome do site de notícias G1, a montagem utiliza um formato comumente utilizado pelos disseminadores de desinformação para imitar o veículo, que tem layout semelhante ao mostrado na imagem, embora não idêntico.
Além disso, a falsa reportagem é assinada por “Astolfo Canuto”, sobrenome usado frequentemente para nomear repórteres inexistentes. Já foi checada, por exemplo, outra peça desinformativa assinada por “Astolfo Canuto”.