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Ministério da Justiça inicia mobilização nacional para identificar pessoas desaparecidas

Em 2023, foram registrados 82 mil desaparecimentos no País. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai começar, na próxima segunda-feira (26), uma mobilização nacional para coleta de material genético e impressões digitais, a fim de identificar pessoas desaparecidas. A iniciativa é coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, chefiada por Mario Sarrubbo.

Quase 30 mil pessoas que estavam desaparecidas no Brasil foram encontradas entre janeiro e julho deste ano. O ministério quer diminuir os gargalos para o processo de localização dessas pessoas. Os quase 300 pontos de coleta de DNA serão divulgados pela pasta.

Em 2020, de acordo com dados do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, 55.680 pessoas foram reportadas como desaparecidas pelos estados e Distrito Federal, ao passo que, em 2023, o total chegou a 82.287 pessoas, um crescimento de quase 48% em três anos. Nos quatro anos do cadastro, chega-se a 296.547 pessoas desaparecidas no país, representando média de 199 desaparecimentos por dia.

Amber Alerts

Em outra frente, uma criança de 2 anos e dois meses que estava perdida foi localizada no último dia 18 na cidade de Cambira (PR) com a ajuda do Amber Alerts. O menino teria saído de casa sozinho no dia 16, por volta das 17h30min. Quando familiares perceberam o sumiço dele, procuram imediatamente a delegacia de Apucarana, que remeteu o caso para o ponto focal do protocolo Amber Alerts, no Paraná.

A tecnologia desenvolvida pela empresa Meta (dona das redes sociais Instagram, WhatsApp e Facebook) foi adotada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em agosto de 2023, como forma de fortalecer a busca de crianças e adolescentes nessa situação. Até o momento a ferramenta foi acionada 33 vezes.

Esse é o quarto caso de sucesso desde que ela começou a ser utilizada no Brasil. Os três primeiros ocorreram em 2024, no estado do Ceará, em 9 de agosto, 3 de junho e 26 de fevereiro.

Cambira tem aproximadamente 25 mil moradores e, assim que as pessoas receberam o alerta em suas redes sociais, um grupo se mobilizou e conseguiu encontrar a criança.

A cooperação técnica entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Meta se dá por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), da Diretoria de Operações e Inteligência (Diopi), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Após identificar que a ocorrência se enquadra nos requisitos do Amber Alerts – vítima criança ou adolescente, desaparecida em circunstâncias suspeitas e com risco de lesão corporal – a Polícia Civil reporta a ocorrência ao Ciberlab, que, por sua vez, comunica à Meta.

A empresa, então, divulga fotos e descrição das roupas da criança ou adolescente em todos os feeds do Facebook e do Instagram, em um raio de 160 quilômetros do local onde o menor foi visto pela última vez. Para garantir a maior visibilidade possível, todas as pessoas com perfil nas redes sociais dentro dessa área receberão uma notificação. A campanha vale para casos recentes e cada imagem é divulgada por até 24 horas.

Já aderiram ao Amber Alerts: Acre, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A expectativa é de que até dezembro todas as unidades da Federação façam parte do protocolo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, da Agência Senado e do Ministério da Justiça.

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