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Ministério da Justiça vai pedir que Voepass amplie canais de comunicação com familiares de vítimas

A PF enviou peritos em identificação de vítimas de desastre e especialistas em acidentes aéreos para o local do acidente. (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

O Ministério da Justiça informou, neste domingo (11), que vai notificar a Voepass para que a empresa amplie a comunicação com os familiares das vítimas do acidente que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior paulista. A decisão ocorre após a pasta ser informada que a companhia abriu um único canal de atendimento, que não está suportando a demanda por informações.

A Voepass afirmou que está acompanhando e viabilizando esforços logísticos para o apoio psicológico e estrutural aos familiares das vítimas. A aeronave era um ATR 72-500, que estava com 58 passageiros e quatro tripulantes. Ninguém sobreviveu.

“Estamos realizando todos os esforços logísticos e operacionais para que as famílias tenham em nossa equipe um apoio efetivo não só para suas necessidades de transporte, hospedagem, alimentação, mas, principalmente, de consolo e apoio emocional. Foi disponibilizado aos familiares um telefone exclusivo para facilitar o contato e oferecer suporte no que for necessário. Contudo, esse telefone é restrito aos familiares e não será divulgado”, afirmou a Voepass.

A notificação será enviada à empresa pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). Segundo o ministério, o documento será enviado para a empresa nesta segunda-feira (12). A Senacon informou que vai adotar outras medidas necessárias para “amenizar a dor dos familiares e amigos das vítimas”.

“De acordo com relatos, a empresa disponibilizou somente um canal de atendimento, que não foi suficiente para atender às solicitações daqueles que buscam informações”, informou o Ministério da Justiça em nota.

A Polícia Federal (PF) também atua no caso. A corporação enviou peritos em identificação de vítimas de desastre e especialistas em acidentes aéreos para o local do acidente e vai investigar possíveis irregularidades envolvendo a queda do ATR 75-200.

Enquanto a PF atua na apuração criminal, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) começou a investigar as causas do acidente para apresentar um relatório com recomendações que buscam evitar novos desastres. Até o momento, a tese apresentada por especialistas em aviação apontam que houve um congelamento das asas, que fez a aeronave perder sustentação no ar e entrar em “estol”.

O acidente aconteceu em um condomínio residencial do bairro Capela, em Vinhedo. A queda da aeronave foi a mais letal da aviação brasileira desde 2007, quando um avião da TAM (atual Latam) colidiu com um prédio da própria empresa nas imediações do Aeroporto de Congonhas, matando 199 pessoas.

Os corpos das 62 vítimas já foram retirados do local do acidente. O Cenipa, o Corpo de Bombeiros, a PF e o Instituto de Criminalística do Estado de São Paulo permanecem em Vinhedo para concluir os trabalhos de perícia.

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