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Ministério da Saúde afirma que pessoas com suspeita de leptospirose devem receber tratamento imediato no RS

Contato com a água contaminada das enchentes pode trazer diversos problemas de saúde. (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

Pessoas com suspeita de leptospirose em razão das enchentes no Rio Grande do Sul devem iniciar o tratamento contra a doença imediatamente, sem a necessidade de confirmação laboratorial. A orientação foi dada pelo Ministério da Saúde.

“Profissionais de saúde devem estar atentos a isso”, alertou a pasta. Em nota, o ministério destacou que a ocorrência de leptospirose está relacionada a condições precárias de infraestrutura sanitária e à alta infestação de roedores infectados pela doença. “Em cenários de desastres climáticos, como inundações, a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente podem facilitar a ocorrência de surtos da doença”, reforçou a pasta.

A recomendação é de que pacientes que apresentem febre e dores, sobretudo na região lombar e na panturrilha, e que tiveram contato com água ou lama da inundação por um período de até 30 dias antes do início dos sintomas, recebam tratamento com quimioprofilaxia. “Dessa forma, o sistema de saúde conseguirá captar mais casos na fase inicial da doença”, destacou o Ministério da Saúde.

“É importante considerar que casos podem ser atendidos em municípios que não sofreram com as chuvas, já que muitas famílias se abrigaram em casas de familiares ou amigos em municípios vizinhos. Portanto, todos os agentes públicos devem estar sensíveis e buscar informações da origem do local de residência do paciente”, completou o ministério.

A doença

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais, principalmente ratos, infectados pela bactéria Leptospira. A penetração da bactéria ocorre a partir de lesões na pele, pelas mucosas ou pela pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada.

O período de incubação, ou seja, o intervalo de tempo entre a transmissão e o início dos sintomas, pode variar de um a 30 dias, mas normalmente ocorre entre sete a 14 dias após a exposição a situações de risco. A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas do País, e o risco de letalidade pode chegar a 40% nos casos mais graves.

A ocorrência está relacionada a condições precárias de infraestrutura sanitária e à alta infestação de roedores infectados. Inundações como as registradas no Rio Grande do Sul desde o fim de abril propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos.

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