Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de abril de 2024
O HPV é um vírus associado a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilO Ministério da Saúde incluiu um novo grupo para a vacina contra o HPV e vai incorporar ao SUS (Sistema Único de Saúde) um medicamento para pacientes que vivem com HIV. Desde o dia 22 deste mês, pacientes com PRR (papilomatose respiratória recorrente) fazem parte do grupo prioritário para receber a vacina contra o HPV.
Segundo a pasta, essa decisão foi motivada por estudos que mostram os benefícios da vacina como tratamento complementar, reduzindo significativamente o retorno da doença em pacientes vacinados.
Isso porque a PRR é uma condição rara causada pelo próprio HPV. O quadro clínico é caracterizado por verrugas nas vias respiratórias. O tratamento cirúrgico é comum, mas as recorrências são frequentes e podem ser graves, especialmente em crianças. Por isso, desde 2006, a vacina contra o HPV tem sido considerada como parte do tratamento, com resultados encorajadores.
A vacina estará disponível com prescrição médica e, para menores de 18 anos, é necessário consentimento dos pais. Recentemente, a pasta também anunciou que a vacina contra o HPV, um vírus associado a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero, será aplicada em dose única no SUS.
A recomendação é para um público específico: crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. Imunossuprimidos e vítimas de violência sexual, que também podem receber a vacina na rede pública, continuarão com o esquema anterior (até três doses).
Medicamento para pacientes com HIV
Já o novo medicamento para o tratamento de pacientes com HIV é o Fostensavir trometamol (600 mg), que estará disponível no SUS para pacientes adultos que enfrentam resistência múltipla aos tratamentos convencionais contra o vírus.
A Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde) aprovou em março a incorporação do medicamento, mas somente agora uma portaria deve ser publicada. Depois disso, o medicamento tem até 180 dias para estar disponível no SUS.
Ainda segundo a pasta, os critérios para ampliar o público contemplado no novo modelo de tratamento poderão ser revistos em seis meses, observando, por exemplo, a tendência de crescimento das prescrições e a disponibilidade do medicamento em estoque na rede.
Na época da aprovação pela Conitec, o Ministério da Saúde afirmou que a inclusão dessa nova medicação está em sintonia com o objetivo da pasta de promover uma melhor qualidade de vida para aqueles que convivem com o vírus da Aids, já que pessoas que desenvolvem resistência a múltiplos medicamentos enfrentam um maior risco de contrair doenças oportunistas.
A última vez que uma medicação para pessoas multirresistentes foi incluída no SUS ocorreu há oito anos, quando a etravirina de 200 mg foi incorporada.