O Ministério das Relações Exteriores informou nesse sábado (7) que identificou um brasileiro ferido e dois desaparecidos (um deles de Porto Alegre) após ataque do Hamas a Israel. Em nota, o Itamaraty informou que mantem contato com cerca de 90 brasileiros que vivem na Faixa de Gaza ou nas cidades de Israel na zona de conflito entre israelenses e palestinos.
O gaúcho é Ranani Glazer, que reside há 7 anos em Tel Aviv e trabalha como entregador. Ele mora junto de amigos. Seu pai reside no país, e a mãe, em Porto Alegre.
Nas redes sociais, Glazer postou um vídeo em que relata apreensão com os estrondos dos mísseis cruzando o céu. Ele estava com um amigo e a namorada Rafaela Treistman em uma festa. O ataque do Hamas iniciou às 6h da manhã desse sábado pelo horário local.
“Triste ter que estar nessa situação e, não sei… Tipo, tomara que não seja meus últimos stories. Mas, tipo, cara”, disse.
Glazer, a namorada e o amigo conseguiram abrigo em um bunker, onde o brasileiro publicou mais um vídeo nas redes sociais.
“Cara, eu juro que essa situação não tem como inventar. No meio da rave, a gente parou num bunker, começou uma guerra em Israel, pelo menos a gente tá num bunker agora, seguro. Vamos esperar dar uma baixada nisso, mas, cara, foi cena de filme agora, gente correndo, quilômetros, para achar um lugar pra se esconder, velho”, disse.
Eles ficaram no local por pelo menos três horas até que o local foi bombardeado. A namorada e o amigo saíram do abrigo e fugiram. Glazer não saiu e o celular não chamava até o fim da manhã. Desde então, não há notícias sobre ele.
Não há informações sobre a identidade do segundo brasileiro desaparecido nem sobre o estado de saúde do ferido. Só se sabe que ele está em um hospital.
Segundo o Itamaraty, ao todo, a estimativa é de que 14 mil brasileiros vivem em Israel, e outros 6 mil, na Palestina – a grande maioria, fora da área dos ataques registrados nesse sábado.
O movimento islâmico armado Hamas bombardeou Israel na manhã desse sábado, pelo horário local, em um ataque surpresa considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos.
Até as 15h35 (horário de Brasília), o Itamaraty registrou um brasileiro ferido, que está hospitalizado e estável, e dois desaparecidos. Não há registro de brasileiros mortos na região. Segundo o ministério:
* o Escritório de Representação em Ramalá, cidade palestina na Cisjordânia, mantinha contato com representantes dos cerca de 30 brasileiros que vivem na Faixa de Gaza;
* a Embaixada do Brasil em Tel Aviv, em Israel, monitorava a situação dos cerca de 60 brasileiros em Ascalão e outras cidades na “zona de conflito”.
O Ministério das Relações Exteriores também informou três contatos para brasileiros em situação de emergência – os três, com o aplicativo WhatsApp instalado:
* Escritório em Ramala: +972 (59) 205 5510
* Embaixada em Tel Aviv: +972 (54) 803 5858
* Plantão consular geral, em Brasília: +55 (61) 98260-0610
Ataque e retaliação
Os ataques aconteceram principalmente na parte sul do país. Milhares de foguetes foram lançados e, em comunicado, os militares de Israel afirmaram que “vários terroristas infiltraram-se no território israelita a partir da Faixa de Gaza”.
O grupo Hamas reivindicou o ataque e afirmou se tratar do início de uma grande operação para a retomada do território.
Em resposta aos ataques, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país está em estado de guerra. O premiê lançou a operação “Espadas de Ferro” e convocou uma reunião de emergência com autoridades de segurança. O país convocou uma grande quantidade de reservistas.
“Estamos em guerra e vamos ganhar”, disse Netanyahu. “O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu.”