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Política Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania publica portaria que recompõe a Comissão de Anistia

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Comissão de Anistia foi criada com o objetivo de oferecer reparação a vítimas ou familiares de vítimas de perseguição durante a ditadura militar. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania publicou nessa terça-feira (17) portaria que designa 14 novos titulares para a Comissão de Anistia do governo federal.

Segundo material divulgado pela pasta, o grupo terá a missão de “reverter a interferência política propagada desde 2019 no sentido de paralisar os trabalhos do grupo por meio da omissão do Estado brasileiro”.

Ainda de acordo com o ministério, foram escolhidos nomes com “experiência técnica” nos temas de “reparação integral, memória e verdade”.

Os defensores de uma “reparação integral” afirmam que, além do ressarcimento financeiro e do pedido de desculpas formal do governo às vítimas e familiares, é preciso levar em conta a atenção à saúde mental desses e de outros grupos afetados pela violência da ditadura, por exemplo.

De 2019 a 2022, segundo o governo Lula, 95% dos casos de reparação analisados pela Comissão de Anistia foram negados – 4.081 dos 4.285 julgados.

A Comissão de Anistia foi criada em 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com o objetivo de oferecer reparação a vítimas ou familiares de vítimas de perseguição durante a ditadura militar (1964-1985).

O colegiado será presidido pela professora da Universidade de Brasília (UnB) Eneá de Stutz e Almeida. Compõem também a nova formação:

  • Márcia Elayne Berbich Moraes;
  • Ana Maria Lima de Oliveira;
  • Rita Maria Miranda Sipahi;
  • Vanda Davi Fernandes de Oliveira;
  • Prudente José Silveira Mello;
  • José Carlos Moreira da Silva Filho;
  • Virginius José Lianza da Franca;
  • Manoel Severino Moraes de Almeida;
  • Roberta Camineiro Baggio;
  • Marina da Silva Steinbruch;
  • Egmar José de Oliveira;
  • Cristiano Otávio Paixão Araújo Pinto; e
  • Mario de Miranda Albuquerque.

Além dos representantes do governo, serão nomeados posteriormente indicados pelos anistiados e pelo Ministério da Defesa. A participação não é remunerada.

Em dezembro, o grupo técnico da transição de governo já havia indicado a necessidade de o novo governo reverter as indicações de Bolsonaro para a Comissão de Anistia.

Os “anistiados e filhos de anistiados” foram citados no discurso de posse do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, no início do mês.

Mortos e desaparecidos

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também já se manifestou publicamente a favor da recriação de outra comissão ligada às apurações dos crimes da ditadura militar (1964-1985).

A Comissão sobre Mortos e Desaparecidos foi instituída em 1995, também na gestão FHC, e extinta no fim do ano passado com a aprovação de um “relatório final” considerado insuficiente por ativistas dos direitos humanos.

A comissão foi criada para reconhecer desaparecidos por atividades políticas entre 1961 e 1979, período que engloba parte da ditadura militar (1964-1985) até o ano em que foi promulgada a Lei da Anistia.

A recriação desse colegiado ainda não foi anunciada pelo governo.

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