Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de julho de 2020
Na Argentina, produtos aplicados com acompanhamento do Senasa, serviço nacional de sanidade, tentam frear avanço de insetos.
Foto: Divulgação/SenasaRepresentantes do Ministério da Agricultura, por meio da SFA-RS (Superintendência Federal de Agricultura do Rio Grande do Sul), e da Seapdr (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural) realizaram uma videoconferência nesta quinta-feira (23) para traçarem medidas de controle da praga Shistocerca cancellata (gafanhoto). A reunião foi coordenada pelo secretário Covatti Filho. Uma nuvem de gafanhotos se encontra na província de Corrientes, na Argentina, a 98 quilômetros do município gaúcho de Barra do Quaraí.
O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr, Ricardo Felicetti, afirmou que a secretaria já tem estabelecido o plano emergencial de supressão de surtos de gafanhotos. “Atualmente, está na fase de vigilância e monitoramento, atuando na obtenção e geração de informações sobre a nuvem no país vizinho, juntamente com o esclarecimento aos produtores, bem como vigilância a campo”. Segundo ele, há manutenção do estado de alerta devido à proximidade da nuvem. “Contudo, não há evidências de que ingressará em solo gaúcho nos próximos dias”, acredita.
“Caso seja necessário, todos temos que atuar rapidamente, uma vez que a praga apresenta grande movimentação. A nuvem andou 30 quilômetros de um dia para o outro”, alerta Felicetti. Conforme o engenheiro agrônomo, é preciso conjugar esforços para combater o inimigo, que pode causar sérios prejuízos à agricultura gaúcha. “Para tanto, é fundamental que os produtores estejam em estado de alerta e comuniquem qualquer evidência da nuvem às inspetorias de defesa agropecuária da Seapdr, ou aos escritórios municipais da Emater/RS-Ascar mais próximos, bem como atuem conjuntamente no controle, caso ocorram os surtos”.
De acordo com o secretário Covatti Filho, que esteve em Brasília na quarta-feira (22), o recurso de R$ 600 mil, que será liberado pelo ministério, poderá ser utilizado na compra de produtos para tratamento fitossanitário e contratação de serviços de aplicação de inseticidas. “Os recursos contemplam 21 dias de tratamento, visando ao controle inicial e das gerações que nascerem das posturas das fêmeas. Mas acreditamos que a chance da nuvem chegar ao Estado nos próximos dias é baixa”.
Felicetti esclarece que, se houver adoção de controle químico, as aplicações necessariamente são sempre submetidas à prescrição de receituário agronômico com recomendação específica para a praga e atribuição de responsabilidade técnica, além de serem fiscalizadas pela Seapdr. “Serão feitas de maneira segura, visando à preservação do ambiente e principalmente à proteção da saúde humana e dos consumidores”.
Sobre aviação agrícola, Felicetti informa que há disponibilidade de aviões que fariam a aplicação. “A disponibilidade é para localização estratégica, uma vez que a nuvem apresenta grande mobilidade. Com isso, poderia ser acionada a aeronave mais próxima de onde se encontra a nuvem, a fim de aplicar o controle o mais rápido possível”.
Participaram da reunião virtual também representantes da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul), Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul), Famurs (Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul), Emater/RS-Ascar e sindicatos rurais, além de prefeitos e secretários municipais de Agricultura.