Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2016
O Ministério Público Federal em Minas Gerais denunciou 22 pessoas e 4 empresas pelo rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana, na Região Central do estado. Dentre as denúncias, 21 pessoas são acusadas de homicídio qualificado com dolo eventual – quando se assume o risco de matar. Os procuradores da República apresentaram a conclusão das investigações nesta quinta-feira (20), em Belo Horizonte.
A barragem se rompeu no dia 5 de novembro de 2015, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana e atingidos vários distritos e cidades. Os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo. O desastre ambiental, considerado o maior e sem precedentes no Brasil, deixou 19 mortos.
Dentre os denunciados por homicídio estão Ricardo Vescovi, diretor-presidente licenciado da Samarco, Kléber Terra, diretor-geral de operações, três gerentes operacionais da empresa, 11 integrantes do Conselho de Adminsitração da Samarco e 5 representantes da Vale e BHP Billiton, donas da Samarco, na governça da mineradora. Eles também são acusados dos crimes de inundação, desabamento, lesão corporal e crimes ambientais.
A Samarco, a Vale e a BHP Billiton são acusadas de nove crimes ambientais. Já a consultoria VogBR e o engenheiro Samuel Loures são acusados de apresentação de laudo ambiental falso.
O procurador da República José Adércio Leite Sampaio disse que o MPF pediu a reparação dos danos causados às vítimas. O valor será apurado durante a instrução processual, que deve ser feito pela Justiça.
“Havia sempre a busca pela exploração de mais minério, sempre em busca de aumentar os lucros e dividendos para a Samarco e suas detentoras”, disse o procurador. “houve um sequestro da segurança em busca do lucro”, acrescentou. (AG)