O MPF (Ministério Público Federal) e mais quatro instituições de Rondônia recomendaram que uma casa noturna de Porto Velho não divulgasse ou realizasse uma festa marcada para a noite de quarta-feira (12). De acordo com o MPF, o evento foi intitulado como “Dopamina” e isto fere a dignidade das mulheres, pois o termo “dopar” e “mina” insinuam ou podem insinuar que as jovens da festa devem ser drogadas, dopadas e alcoolizadas ou estupradas, segundo MPF.
Vários folders com a festa Dopamina foram entregues convidando o público para o evento dos estudantes de Medicina.
Para o MPF, os autores acrescentam que a cultura do estupro tem vários traços, como objetificação sexual, trivialização do estupro e recusa de reconhecer o dano causado por algumas formas de violência sexual. No folder do evento foi colocado “dopa” e “mina” com cores diferentes, o que para o procurador Raphael Bevilaqua explicita o duplo sentido.
A recomendação para que a casa noturna de Porto Velho troque o nome da festa foi feita após o MPF receber o folder de divulgação. A Defensoria Pública da União, Conselho Estadual de Direitos Humanos de Rondônia, Ordem dos Advogados do Brasil e a Defensoria Pública do Estado de Rondônia também assinaram o documento pedindo que o estabelecimento não promova o evento com o nome Dopamina.
No documento, o procurador diz que é recorrente os casos de abusos “contra mulheres no ambiente universitário, especialmente após a utilização de artifícios para deixá-las inconscientes”. E que o termo Dopamina prejudica ainda mais a imagem das mulheres. (AG)