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Ministério Público pede a condenação de vice-governadora do Distrito Federal por corrupção passiva

Em nota, a defesa de Celina Leão informou que "está tranquila" em relação à inocência da vice-governadora. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O Ministério Público do Distrito Federal pediu a condenação da vice-governadora do DF Celina Leão (PP) e outros três ex-deputados distritais por corrupção passiva. O pedido ocorre no âmbito da Operação Drácon, deflagrada em 2016 para investigar negociação de propina na Câmara Legislativa do DF (CLDF).

O MP também pede o pagamento de R$ 3.050.355,37 pelos denunciados para reparar os danos causados. Além de Celina Leão, são acusados:

– Cristiano Nogueira Araújo, ex-deputado distrital e hoje secretário de Turismo do DF;

– Júlio César Ribeiro, ex-deputado distrital e hoje deputado federal pelo partido Republicanos;

– Renato Andrade dos Santos, ex-deputado distrital conhecido como Bispo Renato Andrade, hoje administrador de Taguatinga.

Em nota, a defesa de Celina Leão informou que “está tranquila” em relação à inocência da vice-governadora, e que o processo “tem vários vícios e defeitos que serão apresentados”.

Bispo Renato Andrade disse que recebeu o pedido de condenação “com surpresa” e negou envolvimento com corrupção. Já o deputado Júlio César afirmou que o pedido “não retrata aquilo que restou demonstrado nos autos”, e que tem “absoluta confiança na correta análise do caso” por parte do poder Judiciário.

Procurada, a assessoria de Cristiano Araújo não retornou até a última atualização desta notícia.

À época da deflagração da operação, Cristiano Araújo foi apontado como articulador do esquema criminoso. As investigações apontaram um esquema de negociação de propina na CLDF, em troca da aprovação de emendas para liberar dinheiro para empresas da área da saúde e da construção civil, que tinham contratos com o governo.

De acordo com o Ministério Público, as circunstâncias dos crimes “são especialmente gravosas”, pois envolveram significativo montante de recursos públicos: R$ 30 milhões.

“Os fatos também se mostram de especial gravidade em razão de ter havido interferência direta dos deputados envolvidos para a aprovação de ao menos duas leis com dispositivos que atendiam aos interesses do grupo”, diz o MP.

Também são citados no processo os ex-servidores da CLDF Alexandre Braga Cerqueira e Valério Neves Campos, e o ex-presidente do Fundo de Saúde do DF, Ricardo Cardoso dos Santos. Eles foram condenados em 2020.  Como os demais réus eram deputados na época, eles tiveram foro privilegiado e, portanto, o processo para eles correu de forma separada.

Relembre o caso

Desde março de 2017, Celina Leão, Júlio Cesar Ribeiro, Bispo Renato Andrade e Cristiano Araújo respondem por corrupção passiva. À época, os políticos negaram qualquer envolvimento no esquema de propina. As defesas chegaram a pedir anulação do processo, alegando falhas na denúncia e restrição de defesa.

De acordo com as investigações, valores milionários originalmente destinados a pagar reformas de escolas e unidades de saúde foram redirecionados pelos distritais para pagar dívidas do governo do DF com prestadoras de serviços em UTIs e que atuavam reformando escolas.

A emenda beneficiou seis empresas, como a do empresário Afonso Assad, testemunha-chave nas investigações da Drácon. Os valores, que poderiam ser quitados pelo GDF em até 60 meses, foram empenhados à vista. As informações são do portal de notícias G1.

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