Quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2015
O Ministério Público (MP) voltou a descobrir leite vencido na nona fase da Operação Leite Compensado. A ação, que contou com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Receita Estadual e Brigada Militar, foi realizada nesta quinta-feira (17) em Esmeralda, cidade distante 65 quilômetros de Vacaria.
Foram cumpridos quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão no município de Esmeralda, na nona etapa da Operação Leite Compensado, que investiga a fraude no leite. Foram presos o proprietário da transportadora Márcio Fachinello ME e três motoristas da empresa – João Paulo Alves da Silva, Claudiomiro de Souza e Tiago da Luz Pereira. O laticínio Unibon, no município de Água Santa, também foi vistoriado.
As investigações.
Conforme as apurações, iniciadas há cerca de quatro meses, Fachinello e os funcionários presos adicionavam produtos químicos ao leite cru in natura com a finalidade de mascarar a adição da água e aumentar o volume do produto final. A intenção era aumentar a lucratividade, além de evitar a perda do leite já em deterioração.
A empresa recolhia entre 40 e 50 mil litros de leite cru diariamente junto aos produtores de leite de vários municípios da região. Os motoristas eram orientados a acrescentar água e bicarbonato de sódio (substância utilizada para adequar o leite impróprio ao consumo, deixando-o dentro dos parâmetros legais). O leite seria encaminhado para a Laticínios Unibom, localizada em Água Santa.
As análises de quatro coletas feitas pelo Ministério da Agricultura comprovaram que houve adulteração do produto, com o intuito de dar uma “nova vida” ao leite, embora isso não o torne um produto de qualidade. Leite e derivados produzidos a partir da matéria-prima fraudada ficam comprometidos quanto ao seu valor nutritivo, pois a sua degradação natural faz com que os principais nutrientes – vitaminas, sais minerais e proteínas – tenham seus valores bem abaixo dos padrões estipulados pelo ministério.
As investigações apontam que os suspeitos coletavam leite com até sete dias de prazo entre a ordenha e a coleta. A legislação em vigor, no Regulamento Interno de Inspeção Sanitária dos Produtos de Origem Animal, prevê que o prazo máximo para a coleta do leite até o seu recebimento e processamento pelos postos de resfriamento é de 48 horas.