Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de fevereiro de 2023
A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, endossou as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao atual patamar da taxa básica de juros no País e defendeu que o Banco Central baixe a Selic, atualmente em 13,75% ao ano. A fala foi feita durante a 13ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio de Janeiro.
“É preciso ter uma política de juros a altura dos desafios nacionais. O Banco Central tem que baixar a taxa Selic, e nós vamos ter que garantir isso nas ruas. Baixar juros para retomar o crescimento do País”, disse a ministra, que também é presidente do PCdoB.
Desde o início do governo, Lula vem criticando as decisões do Banco Central em relação aos juros e à meta de inflação, de 3,25%, que ele classificou como sendo de “padrão europeu”. “A gente poderia nem ter juros”, disse.
“Bobagem”
Na quinta-feira, o presidente chamou a independência do BC de “bobagem” e afirmou que a regra poderá ser revista após o término do mandato de Roberto Campos Neto, em 2024.
“O Brasil precisa voltar a crescer. Não existe nenhuma razão para a taxa de juros estar em 13,75%”, afirmou, emendado: “O que está na pauta é a questão da taxa de juros”. O presidente afirmou que irá reunir um grupo de empresários para entender por que a Selic é mantida em patamares altos e que irá cobrar uma explicação de Campos Neto.
No dia anterior, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu pela manutenção da taxa em 13,75% ao ano pela quarta vez seguida. No comunicado sobre a decisão, os diretores do banco incluíram um alerta sobre a incerteza fiscal, admitindo haver um custo maior para que a inflação caia.
“A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal e com expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária”, afirmou o colegiado.
Ibovespa
Ações sensíveis à economia brasileira também sofreram com o aumento da inclinação da curva de juros doméstica, após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a independência do Banco Central e a taxa básica de juros.
O Ibovespa fechou a semana em queda, abaixo dos 109 mil pontos, contaminado pela aversão a risco no exterior, em meio a dados mais fortes do mercado de trabalho nos Estados Unidos e balanços de tecnologia em Wall Street.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa caiu 1,36%, a 108.645,3 pontos, segundo dados preliminares. O volume financeiro somava 22,5 bilhões de reais.
O Ibovespa acumulou queda de 3,27% na semana, a primeira de queda desde o declínio de 0,7% na primeira semana do ano.