Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2019
Após participar da abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse, nesta segunda-feira (5), que a liberação de agrotóxicos não coloca em risco a saúde dos consumidores nem o meio ambiente. Segundo ela, a liberação de registro para que novos produtos sejam usados no país foi acelerada, mas as exigências continuam as mesmas. Na última semana o número de agrotóxicos classificados como extremamente tóxicos despencou de 702 para 43.
“Não mudou nada, o que mudou, somente, foi a celeridade. Foi colocado mais gente no Ministério da Agricultura, pesquisadores da Embrapa que vieram ajudar essa fila [de pedidos de registro]. Foi colocado mais gente no Ministério de Meio Ambiente, também a fila anda. E a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] resolveu pegar esse assunto em que o Brasil está muito atrasado em relação a outros países”, disse.
Os pesticidas e herbicidas usados no Brasil também são, de acordo com Tereza Cristina, usados em outras partes do mundo. “Quase todos os países do mundo já usam esses produtos. E quando não usam é porque não precisam”, afirmou sobre a segurança dos produtos.
Para a ministra, há uma má compreensão sobre o assunto. “É inadmissível que o agronegócio brasileiro tenha tido nessa última semana um bombardeio pela mídia nacional, querendo colocar desinformação aos brasileiros, falando sobre o alimento inseguro, o que não é verdade”, acrescentou.
O pesquisador da Fiocruz Luiz Cláudio Meirelles, no entanto, alerta que a nova classificação representa um retrocesso e um risco à proteção do trabalhador. “Os produtos continuam com aquela toxicidade. Como fica quem vai estar na ponta utilizando o produto?”, disse à Folha.