Sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de fevereiro de 2023
Maior território indígena do País, a Terra Yanomami enfrenta uma das piores crises sanitárias da história em três décadas de demarcação
Foto: ReproduçãoA ministra dos Povo Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou nesta terça-feira (07) que está preocupada com a disseminação de doenças em Boa Vista com a saída dos garimpeiros ilegais da Terra Indígena Yanomami, maior território indígena do país. Há casos de garimpeiros contaminados por malária, DSTs e outras doenças e há preocupação que, com a saída, doenças cheguem as cidades próximas ao território.
“Em Boa Vista, há uma preocupação para articular essas ações de saúde para evitar que as doenças sejam disseminadas de forma descontrolada para a população. O MS [Ministério da Saúde] está também trazendo essa situação para ser discutida no âmbito do comitê de operações emergenciais, que inclui vários órgãos, incluindo MS, Funai, Sesai, Ministério da Justiça, Defesa e Direitos Humanos”, disse ela, em uma entrevista.
Maior território indígena do País, a Terra Yanomami enfrenta uma das piores crises sanitárias da história em três décadas de demarcação. Devido ao avanço do garimpo ilegal na região, crianças e adultos enfrentam casos severos de desnutrição e malária.
A estimativa é que ao menos 20 mil garimpeiros estejam ilegalmente na Terra Indígena Yanomami. A ação ilícita deles causou uma crise humanitária sem precedentes no território. São pouco mais de 30 mil Yanomami na área que deveria, por lei, ser preservada. No entanto, tem sofrido com o avanço do garimpo ilegal, que só em 2022 cresceu 54%.
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente – com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.
Com a água e os peixes contaminados, os indígenas também não tem alimento para comer, já que vivem de pesca e caça. Com isso, desde o início da situação de emergência declarada pelo Ministério da Saúde, os indígenas tem recebido cestas básicas.