Sexta-feira, 21 de março de 2025
Por Redação O Sul | 20 de março de 2025
A ação é em referência a uma fala machista do deputado.
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência BrasilA ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, entrou com uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), por injúria e difamação. A ação é em referência a uma fala machista do deputado.
Em uma rede social, Gayer perguntou ao líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), se o petista aceita que Lula ofereça a ministra Gleisi para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) e para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Lindbergh e Gleisi são namorados.
Gayer fez a provocação após Lula ter dito que busca melhorar a relação com a cúpula do Congresso e, por isso, colocou uma “mulher bonita” como ministra da articulação política. O deputado do PL comparou Lula a um “cafetão” que oferece, a um cliente, uma “garota de programa”.
A queixa-crime é uma petição judicial na qual se afirma que alguém cometeu um crime. Ela é diferente da denúncia, porque a denúncia envolve ilícitos que afetam a sociedade, enquanto a queixa-crime trata de delitos contra a honra ou interesses privados.
No documento, a defesa da ministra argumenta que a conduta do parlamentar “atenta não apenas contra a ética, o respeito e urbanidade esperada de qualquer cidadão, como é vil ao diminuir a condição de uma mulher que exerce um cargo público de grande relevância”.
Além disso, “aumenta não somente o clima de violência política, mas a misoginia em ambiente político que deveria prezar pela igualdade em todos os sentidos”.
Portanto, de acordo com os advogados de Gleisi, “a conduta é agravada pelo fato de ter sido perpetrada por um parlamentar com grande engajamento nas redes sociais”.
“O que tem o condão de aprofundar o cenário de violência política de gênero e pode levar a crer que é aceitável socialmente colocar uma figura de autoridade do sexo feminino à mercê de comentários abjetos para expressar uma crítica política, comprometendo a ordem pública e o Estado Democrático de Direito”, prossegue.
O PT acionou o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), após ataques à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Na denúncia, o partido — representado pelo presidente interino, senador Humberto Costa (PT-PB) —afirma que a postagem representa quebra de decoro parlamentar.
“De forma absolutamente descontrolada e insana, o Representado utilizou-se do seu perfil na rede social denominada X (antigo twitter), para promover ataques diversos e ofensas desarrazoadas, temperadas com afirmações agressivas e jocosas”, diz o documento.
Também na quinta, a ministra das Relações Institucionais saiu em defesa do presidente Lula. Em uma postagem e em entrevista a jornalistas, a responsável pela articulação política do governo disse que Lula é o líder político que mais “empoderou mulheres”, indicando nomes para a presidência da República, para o comando do PT, para ministérios e para tribunais superiores e estatais.
A petista disse ainda que “gestos são mais importantes do que palavras”. Na postagem, Gleisi também criticou adversários políticos e afirmou ter sofrido “ataques canalhas de bolsonaristas, misóginos, machistas e de violência política”.
“Que moral vocês têm? Vocês esqueceram das entrevistas, dos vídeos em que Bolsonaro agrediu as mulheres, estimulando a violência política e física, o preconceito, o machismo? Canalhas, respeitem a inteligência do povo brasileiro”, completou a ministra.