Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 1 de abril de 2024
Pressionada de todos os lados, a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, quer ganhar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a promessa de que seu partido, o PCdoB, continuará à frente da pasta caso ela deixe o cargo para ser candidata a prefeita de Olinda (PE). Nos bastidores, auxiliares palacianos, no entanto, avaliam ser difícil firmar um compromisso desse com uma sigla (embora fiel) de apenas sete deputados.
O PCdoB está rachado sobre a ideia. Em Pernambuco, os comunistas entendem que a candidatura da ministra é competitiva e fundamental para a sobrevivência política da sigla no Estado. Já a direção nacional vê risco real de a aventura eleitoral custar o único ministério do partido. Procurada, Luciana Santos não quis se manifestar. Aliados dizem que ela resiste à ideia de ser candidata.
O Palácio do Planalto, neste momento, prefere não trabalhar com a hipótese de troca ministerial para não despertar um ataque especulativo. Luciana Santos não comunicou oficialmente que deixará o cargo. Nenhum outro ministro é cotado para disputar as eleições municipais. Pela legislação eleitoral, os ministros de Estado precisam deixar o posto até 6 de junho para se candidatar.
Aliados da ministra de Ciência e Tecnologia lembram que, nas tratativas para a reforma ministerial de setembro, Lula considerou remanejá-la para acomodar o Centrão no governo. O PSB, que se sente desprestigiado pelo presidente, também tem interesse em voltar à pasta que historicamente foi comandada pelo partido. O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em 2014, foi ministro entre 2004 e 2005, no primeiro governo Lula.
Se realmente decidir disputar as eleições municipais, Luciana gostaria de indicar a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) para o ministério. Outra opção seria o deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE). Mas interlocutores palacianos temem novas críticas da opinião pública se a representação feminina no governo federal diminuir ainda mais.
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A ministra anunciou uma ação que vai beneficiar parques laboratoriais de universidades, centros de pesquisa e instituições de ciência e tecnologia nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Trata-se do Pró-Infra, um edital de subvenção voltado para a recuperação e expansão da infraestrutura de pesquisa. O programa, que já possui editais gerais em vigor, contemplará também uma versão específica para essas regiões, com um investimento significativo de R$ 300 milhões.
“Podemos dizer que chegaremos a R$ 1 bilhão para CT&I no Nordeste brasileiro, um montante de recursos há muito não visto em nossa região”, ressaltou a titular do MCTI.
A declaração ocorreu durante o Finep Day Recife, evento que tem como objetivo promover o intercâmbio de conhecimento, networking e oportunidades de negócios, além de abrir espaço para apresentação das linhas de financiamento e oportunidades de negócios propostas pela Financiadora de Estudos e Projetos, unidade vinculada ao MCTI, visando o fortalecimento da indústria brasileira.
Realizada na capital pernambucana, a iniciativa ocorreu na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco, reunindo comunidade acadêmica, empresários, parlamentares, entre outras autoridades. “Nós estamos aqui fazendo a ponte entre os recursos em pesquisa e inovação e os empresários”, ressaltou Ricardo Essinger, presidente da Fiepe.