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Ministro André Mendonça abre inquérito contra Silvio Almeida no Supremo

Silvio Almeida foi demitido do cargo pelo presidente Lula. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (17) abrir um inquérito para apurar as acusações de assédio contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. O caso tramita sob sigilo na Corte.

A avaliação do ministro é de que, para proteger e evitar exposição das vítimas e testemunhas, é necessário que o caso fique no STF e evite um “sobe e desce” de instâncias. Havia dúvidas sobre a competência do Supremo ou da primeira instância da Justiça, já que Silvio Almeida foi demitido e perdeu o foro na Corte. O Supremo, no entanto, está prestes a ampliar a regra de foro.

O inquérito contra o ex-ministro ainda não trata de apurar algum crime específico. Ao acionar o Supremo, a Polícia Federal (PF) mencionou o suposto crime de assédio sexual. A corporação enviou ao Supremo na última quinta-feira (12) a apuração preliminar que havia aberto sobre o caso. A PF também pediu para a Corte avaliar a competência para a investigação, para evitar nulidades.

Intimada a se manifestar, a Procuradoria-Geral da República (PGR) foi favorável à abertura da investigação e à tramitação no STF.

A PF abriu uma notícia-crime para verificar o caso de forma preliminar ainda em 5 de setembro, noite em que as acusações contra Almeida vieram à tona. Na época, ele ainda ocupava o cargo de ministro. Ele foi demitido no dia seguinte. Almeida nega as denúncias de assédio e afirmou que pretende provar a inocência durante as investigações.

Silvio Almeida foi demitido após a revelação de denúncias de assédio sexual contra diversas mulheres. Uma das vítimas seria a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial. A defesa de Silvio Almeida disse que vai se manifestar quando tiver acesso ao caso.

O ex-ministro Silvio Almeida já disse “repudiar com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra” ele. Ele também alega que as denúncias não têm “materialidade” e são baseadas em “ilações” e que o objetivo das acusações são lhe “prejudicar” e “bloquear seu futuro”.

Almeida diz que é o maior interessado em provar sua inocência e pede para os fatos serem postos para existir a possibilidade de sua defesa dentro do processo legal.

A organização Me Too Brasil divulgou, em 5 de setembro, que recebeu denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida. Segundo comunicado, as vítimas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico. O caso foi publicado inicialmente pelo portal “Metrópoles”, que apontou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, como sendo uma das vítimas.

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