Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de abril de 2021
O ex-decano elogiou a postura de Fux ao defender a ciência
Foto: Nelson Jr./SCO/STFO ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello cumprimentou o presidente da corte, Luiz Fux, por sua vacinação contra o coronavírus na sexta-feira (02). O ex-decano elogiou a postura de Fux ao defender a ciência e ressaltou que, na situação caótica a que foi irresponsavelmente lançado o Brasil, a vacina significa a própria exaltação da vida.
“Parabéns por seu gesto que rejeita, de modo expressivo, aos olhos da Nação, práticas negacionistas irresponsáveis e que repudia, com a elevada autoridade do seu cargo de Chefe nominal do Poder Judiciário nacional, o grito necrófilo, desprezível e infame de mentes obscurantistas que absurdamente cultuam a morte em paradoxal detrimento da preservação da saúde e da intangibilidade da vida de nossos cidadãos”, escreveu Celso de Mello em mensagem enviada a Fux.
Com 67 anos, o presidente do STF recebeu a primeira dose da vacina contra o coronavírus na sede do Museu da Justiça, no CCMJ (Centro Cultural do Poder Judiciário), na região central do Rio.
Na saída, afirmou: “Hoje é um dia importante, porque na qualidade de homem público eu transmito o exemplo de ter tomado a primeira dose da minha vacina. Nós, do Judiciário, temos uma profunda deferência à ciência. Por isso é que dizemos sim à ciência e não à morte. Sim à vida e não à morte”.
Além de Fux, outros dois ministros do STF já foram vacinados – Marco Aurélio Mello e Rosa Weber. Entre os chefes de poderes, o presidente do Supremo é o primeiro a ser imunizado contra a Covid-19.
O início da vacinação para pessoas acima de 66 anos no Distrito Federal neste sábado abriu a possibilidade para que o presidente da República, Jair Bolsonaro, também receba o imunizante contra a Covid-19. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais na quinta-feira (01) ele disse que ainda irá decidir se vai se vacinar ou não.
“Está uma discussão agora que eu vou me vacinar ou não vou vacinar. Eu vou decidir. O que eu acho: eu já contraí o vírus”, comentou em transmissão ao vivo nas redes sociais hoje. “Eu acho que o que deve acontecer, depois que o último brasileiro for vacinado, sobrando uma vacina, daí eu vou decidir se vacino ou não. Esse é um exemplo que um chefe tem que dar”, disse.
Mesmo com o registro de casos de reinfecção e novas variantes – além do fato de a vacina ser uma importante ferramenta coletiva de saúde pública – o presidente já chegou a dizer que não tomaria o imunizante porque já havia contraído o coronavírus. Também foi contrário à obrigatoriedade da vacina.
Além disso, Bolsonaro já questionou a eficácia e segurança das vacinas contra a Covid-19 em diferentes momentos – até depois de imunizantes receberem o aval da Agência de Vigilância Sanitária.
O governo federal ainda recusou ofertas de vacinas no ano passado. Não respondeu a ofertas feitas pela Pfizer e afirmou que não compraria a Coronavac. Em dezembro, Bolsonaro chegou a afirmar que “a pressa da vacina não se justifica” porque a pandemia estaria “chegando ao fim”.