Sábado, 08 de março de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2024
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, fez uma postagem de deboche a Elon Musk após a rede social X (antigo Twitter), pertencente ao bilionário, anunciar o fechamento de seu escritório no Brasil. Em seu perfil, o político publicou, na noite de sábado (17), “Bye Bye @elonmusk”.
Paulo foi o primeiro entre os ministros de Lula a se pronunciar sobre o caso. A rede social acusa o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de ameaçar de prisão seus funcionários e anunciou que fechará o seu escritório no Brasil. Contudo, a plataforma continuará disponível para os usuários brasileiros.
O empresário Elon Musk, dono do X, subiu o tom e publicou que a responsabilidade pelo fechamento é exclusivamente do ministro e afirmou que “o povo brasileiro tem uma escolha a fazer: democracia ou Alexandre de Moraes”.
Políticos de esquerda e de direita reagiram às falas de Musk. O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que “é inadmissível que um bilionário estrangeiro queira chantagear o Estado brasileiro, exigindo cassação de membro da Suprema Corte, como se fôssemos extensão de sua empresa”.
Já o deputado estadual Nikolas Ferreira (PL-MG) convidou o empresário para uma manifestação no dia 7 de setembro contra Alexandre de Moraes, que respondeu dizendo “não há dúvidas de que Moraes precisa sair”.
Suspensão de perfis
Oficialmente, o X informou que o fechamento de sua operação no Brasil se tornou necessária pois Moraes estava ameaçando prender representantes da empresa por causa da recusa de cumprir suas ordens sigilosas de suspensão de perfis e pagamento de multas. João Brant, secretário de Políticas Digitais da Presidência da República, foi rápido em defender as ações do STF e em acusar o X, em postagem no próprio X, de ignorar ordens judiciais e de fugir de intimações para forçar “um pênalti” e “jogar no STF o ônus político de uma decisão que tem fundo comercial”.
O X e todas as outras big techs têm, sim, a obrigação de se submeter às lei brasileiras e de respeitar decisões judiciais. Não podem fazer o que querem. Mas isso não significa que abusos e métodos questionáveis das autoridades judiciais não devam ser denunciados e debatidos. Ao adotar a defesa intransigente da atuação do STF contra o X, o secretário Brant e outros integrantes do governo alimentam a narrativa bolsonarista de que Moraes age em conluio com a gestão de Lula contra os seus adversários políticos.
E reforçam a suspeita de que a tal política digital do governo, sob as palavras bonitas de “promoção da liberdade de expressão, do acesso à informação, de enfrentamento à desinformação e ao discurso de ódio na Internet”, serve a interesses partidários, não de Estado. As informações são dos jornais Estado de Minas e Estado de S. Paulo.