O secretário-geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, deu mais uma demonstração de lealdade ao presidente Jair Bolsonaro. Ele teve uma longa conversa com o chefe e, modesto, afirmou que não seria a melhor escolha para substituir Sérgio Moro. Por isso, como Oliveira na véspera, quem dormiu ministro da Justiça e Segurança Pública, nesta segunda-feira (27), foi o atual ministro-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), André Luiz Mendonça. É o principal favorito ao cargo.
Bom relacionamento
O ministro da AGU não é íntimo de ministros de tribunais superiores, mas é muito elogiado pelo relacionamento respeitoso que mantém com todos.
Terrivelmente evangélico
Evangélico, André Mendonça é “terrivelmente técnico”, segundo afirmam os amigos. Ele é citado para ocupar vaga de ministro do Supremo.
Combate à corrupção
O combate à corrupção valeu a Mendonça o Prêmio Innovare em 2011 por liderar a recuperação de meio bilhão de reais milhões em três anos.
Elogio do ex-chefe
Ex-chefe da AGU nos governos Lula e Dilma, Luiz Inácio Adams definiu assim o favorito: “André é um profissional experimentado e ponderado”.
Contra Justiça, ANP insiste favorecer distribuidores
Derrotada na Justiça Federal, que autorizou usinas de três Estados a vender estoques de etanol diretamente aos postos, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) não abre mão do cartório que criou para seus amigos das distribuidoras/atravessadoras. O esquema é perverso: a ANP obriga as usinas a venderem seu etanol somente às distribuidoras, mas as autorizou a não comprar o produto. Ao mesmo tempo, proíbe as usinas de vender o etanol já produzido a outros, incluindo postos, por exemplo.
Cartório bilionário
Resolução muito suspeita da ANP, de 2009, criou o cartório que obriga produtores de combustíveis a venderem os produtos só às distribuidoras.
Sem valor agregado
A resolução é muito suspeita porque distribuidoras/atravessadores não agregam valor aos combustíveis, que assim chega mais caro ao posto.
Escândalos a granel
As distribuidoras/atravessadoras só produzem notas fiscais e escândalos de corrupção, como mostraram inúmeras operações da Polícia Federal.
Negociação tardia
O ex-presidente e senador Fernando Collor (Pros-AL) criticou ontem a relação entre Bolsonaro e a classe política, com a autoridade de quem admite haver cometido o mesmo erro: “já vi esse filme”. Para Collor, o presidente começou tarde a negociação para obter apoio do “centrão”.
‘Herói da resistência’
Wanderson Oliveira, que pediu demissão do cargo de secretário de Vigilância da Saúde em solidariedade a Mandetta, continua agarrado ao DAS e aos holofotes do Covid-19. Esteve ontem na coletiva do governo.
Vida pós-Moro
Uma das mais altas autoridades a bater cabeças com o presidente desde o início do mandato, Rodrigo Maia reduziu o tom sobre o “impeachment” de Bolsonaro. Até pediu “paciência”, coisa que aliás não é o seu forte.
Assim é se lhe parece
O economista Alexandre Schwartsman está entre os que acreditaram na fake news da “saída” do ministro Paulo Guedes (Economia). A fofoca foi descartada, mas ele não perde a fé: acha que ao ter ratificado seu poder, Guedes está no papel do técnico de futebol “prestigiado no cargo”.
Ruim para todos
Murilo Hidalgo, do instituto Paraná Pesquisa, disse ontem que, segundo levantamento nacional que realizou, tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto o ex-ministro Sergio Moro saíram perdendo no caso da demissão.
Derrubando ministros
O advogado e analista político Rafael Favetti organizou a última live de Mandetta (para um banco) e horas depois, o ministro caiu. Na sexta (23), organizou nova live com Sergio Moro para outro banco. Caiu também. Acumulam-se as sugestões de entrevistados para Favetti.
Campanha mascarada
“Ele consegue mascarar, devido a pandemia”, observa a advogada eleitoral Leila Ornelas sobre a intenção eleitoreira da campanha “Zap do bem”, de Luciano Huck, para distribuir dinheiro entre pessoas pobres.
Não existe peixe pequeno
Após o mega-esquema de corrupção dos governos do PT, a Lava Jato denunciou ontem dois doleiros e um ex-gerente do Banco do Brasil num esquema criminoso que afanou, pelo menos, R$ 9 milhões.
Quem mesmo?
E o Mandetta, cuja demissão foi noticiada como o “fim do mundo”? Já não se fala mais no loquaz ex-ministro da Saúde.
PODER SEM PUDOR
Beijos paraibanos
A festa era em homenagem às bodas de ouro de Severino Teixeira, líder político de Areia (PB). O lendário José Américo compareceu, aos 92 anos, e ficou assistindo outro convidado ilustre João Agripino, entornar todas. A certa altura, Agripino fez um emocionado discurso e até beijou o Teixeira. Dona Lurdinha, secretária de José Américo, perguntou ao chefe: “O sr. está se sentido bem?” O “Velho”, como era chamado Udizer seu nome dava azar, diziam), respondeu: “Melhor do que o João Agripino, que já está beijando homem, e eu ainda não beijei nem mulher…”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos