O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nessa sexta-feira (6) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende realizar duas viagens a estados brasileiros ainda neste mês de janeiro. O destino das viagens ainda não foi definido.
Costa afirmou que Lula quer realizar as viagens antes de ir à Argentina, onde terá agendas nos dias 23 e 24 de janeiro. O chefe da Casa Civil deu a declaração após a primeira reunião ministerial comandada por Lula em seu terceiro governo.
“A meta de mais curto prazo é que ele quer já em janeiro fazer, antes da viagem à Argentina, duas viagens a estados para já inaugurar ou dar início a programas e compromissos seus. Seja em programas habitacionais, educacionais ou de saúde. Então, nós já saímos com a tarefa de montar, no mínimo, duas agendas antes da sua viagem à Argentina”, disse.
Costa afirmou também que nas próximas duas semanas a Casa Civil fará um levantamento em todos os ministérios sobre as prioridades e ações que podem ser iniciadas “imediatamente”. Ele definirá com Lula o cronograma para o começo das políticas.
“Os prazos são muito curtos. Eu estou falando de até o final do mês, portanto, nós teremos as prioridades de governo para apresentar para a sociedade brasileira”, declarou.
Costa explicou que a Casa Civil fará o monitoramento das ações em curso nos ministérios. Lula quer “um ritmo acelerado de entregas e de ações de governo”.
Questionado sobre alguma ação específica de combate à fome, umas das prioridades de Lula, Costa reforçou que se trata de algo que compete a vários ministérios, como Agricultura, Desenvolvimento Agrários e Desenvolvimento Social.
“Puxão de orelha”
Rui Costa também foi questionado se Lula deu um “puxão de orelha” em ministros em razão de declarações ao longo da semana que depois tiveram que ser desmentidas pelo núcleo do governo.
Um exemplo foi a fala do ministro da Previdência, Carlos Lupi, que sinalizou uma intenção de mudar a reforma da Previdência. Depois o governo afirmou que não há nenhum projeto nesse sentido.
Rui Costa afirmou que não teve “puxão de orelha” na reunião.
“Quem gosta de futebol, como eu, um técnico novo, o primeiro lugar que ele leva sua equipe é para o auditório, é ele uniformizar sua equipe. É isso que Lula fez: colocou seus convocados para definir diretrizes, prioridades, e ele quer um ritmo acelerado de entregas”, completou.
“Não, claro que não. Hoje é uma reunião, eu usei simbolicamente em uma entrevista ontem, como um técnico e um excelente técnico que convoca os seus atletas para montar uma seleção e, de início, ele não vai para o campo imediatamente”, comparou o ministro.
“Aliás, quem gosta de futebol como eu, um técnico novo, [em] primeiro lugar ele leva seu time é para o auditório, é para conversar com sua equipe para dizer qual é o estilo dele, quantas vezes ele quer fazer treinamento, qual a tática que ele gosta de utilizar, enfim, é ele uniformizar a equipe com aquilo que ele está pensando de estratégia, de ritmo. E é isso que o presidente Lula fez” completou. “Então o objetivo da reunião foi esse, não foi, em hipótese nenhuma, fazer nenhum reparo.”
Prioridades
Também durante a coletiva, Rui Costa disse que a Casa Civil visitará cada um dos 37 ministérios para catalogar as principais ações de cada órgão para os primeiros cem dias de governo. O ministro disse que levará a relação ao presidente Lula, que vai definir quais serão as ações mais urgentes em cada área.
“A partir da terça-feira [10], nós da Casa Civil visitaremos cada ministério e recepcionaremos cada ministro e ministra para receber as sugestões de prioridade e das ações que podem e devem ser tratadas como meta dos cem dias de governo”, afirmou Rui Costa.
O ministro-chefe da Casa Civil também falou sobre a composição do segundo escalão do governo, cargos públicos com status menores que os de ministro, mas com relevância na máquina pública.
“Não são composições com pessoas diferentes. São composições que buscam buscar pessoas que reúnam as duas qualidades: tenham representação, do peso político no Congresso, e tragam consigo uma capacidade técnica de encaminhar aquilo que é pertinente à sua pasta e à área onde ele vai ser indicado”, afirmou.
No primeiro encontro com os 37 ministros de sua gestão, Lula afirmou que o governo tem uma tarefa “árdua”, mas “nobre”, pregou boa relação com o Congresso e união para acabar com as “brigas familiares”.
O presidente também cobrou respeito ao meio ambiente, às leis e à Constituição.