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Brasil O ministro da Defesa disse que o sistema de segurança do Brasil está “falido”

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Jungmann pediu o envio dos dados referentes a 2016 e 2017 até 23 de maio. (Foto: Felipe Barra/Ministério da Defesa)

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que o sistema de segurança do Brasil está “falido”. Segundo ele, algumas das razões para isso são a “nacionalização” e a “transnacionalização” do crime.

Jungmann usou o exemplo do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, um dos protagonistas dos confrontos que aconteceram pelo controle da favela da Rocinha, no Rio, em 2017. Ele está preso na penitenciária de segurança máxima de Porto Velho, em Rondônia. “Nem está a 5 mil quilômetros do Rio de Janeiro. Mesmo assim, declara uma guerra na Rocinha, o que leva as Forças Armadas a serem convocadas. O sistema também faliu porque o governo federal não tem mandato sobre a situação dos Estados, apenas em situações extraordinárias, que não deveriam acontecer”, declarou.

Jungmann disse ainda que há “um certo masoquismo” na divulgação da violência no Rio de Janeiro. O ministro lembrou também que, em 18 meses no cargo, decretou 11 vezes a GLO (Garantia da Lei da Ordem), que autoriza a intervenção federal militar para auxílio às forças de segurança estaduais. Só em Natal (RN), foram três pedidos em um ano. “O problema da segurança não vai se resolver na Defesa. Não. Está havendo uma banalização disso”, afirmou.

O ministro participou, na capital fluminense, do evento O Futuro Começa Hoje, sobre as novas ações da Polícia Militar no Rio de Janeiro. “O Rio de Janeiro levou décadas para chegar ao estado que está. Nós estamos ajudando o Rio há sete meses. As Forças Armadas não podem combater o crime na Rocinha, porque se fossem enfrentar com poder letal a criminalidade, seria uma tragédia. As Forças Armadas são feitas para destruir”, avaliou o ministro.

Jungmann pediu um minuto de silêncio pelos policiais militares mortos no Rio de Janeiro. Em 2017,134 policiais foram assassinados no Estado. Em 2018, 13 já foram mortos. Entre 1994 e 2016, segundo dados da própria Polícia Militar, foram mortos 3 mil policiais. “Essa é a mais singela das homenagens, porque quando eu leio nos jornais a perda de um policial, a gente fica pensando nas famílias. A vontade que dá é pegar um avião e estar ao lado de vocês porque eu sei o que representa de dor, de sofrimento, e isso tem alcançado números absolutamente inaceitáveis”, afirmou o titular da pasta da Defesa.

O ministro da Defesa explicou algumas medidas que pretende tomar nos próximos meses para ajudar no combate ao crime no Rio de Janeiro. A primeira, segundo ele, foi a atuação permanente da PRF (Polícia Rodoviária Federal) nas vias expressas do Rio.

“Um outro aspecto é o bloqueio marítimo, que nós vamos fazer nas diversas baías. Um terceiro é aquilo que eu me referi à parte aérea, assim como uma corregedoria autônoma, integrada”, completou Jungmann.

tags: segurança

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