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Política Ministro da Defesa recebeu críticas por ter defendido solução negociada com manifestantes radicais

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"Eu quero aqui fazer uma veemente defesa da correção, da lealdade, da sinceridade do ministro Múcio ao comandar uma das áreas mais difíceis do governo.", disse Flávio Dino

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Ministro defende investigação contra militares em operação que revelou plano de assassinato de Lula. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Justiça, Flávio Dino, defendeu nesta segunda-feira (9) o colega José Múcio, que comanda a pasta da Defesa e que vem sendo criticado por ter defendido uma solução negociada para desmobilizar os acampamentos de bolsonaristas radicais em frente aos quarteis.

Na semana passada, ao assumir o Ministério da Defesa, Múcio chegou a dizer que os acampamentos bolsonaristas eram “uma demonstração da democracia” e afirmou que tinha amigos e parentes participando dessas manifestações, que rejeitavam o resultado das eleições presidenciais e pediam a intervenção das Forças Armadas para retirar Luiz Inácio Lula da Silva da presidência.

Apoio a Múcio

Múcio acabou criticado especialmente após os atos terroristas promovidos por bolsonaristas radicais, no domingo (8), quando o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados.

“O ministro José Múcio optou por um caminho de diálogo com as instituições militares e ele não pode ser condenado por isso. O resultado depois pode levar a julgamentos precipitados, e eu prefiro acreditar que o ministro Múcio fez o máximo”, disse Dino durante coletiva nesta segunda.

“Eu quero aqui fazer uma veemente defesa da correção, da lealdade, da sinceridade do ministro Múcio ao comandar uma das áreas mais difíceis do governo. Difícil pelas circunstâncias e pela história brasileira”, disse Dino.

Múcio, que é ex-deputado federal pelo antigo PFL e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), foi escolhido por Lula para a pasta da Defesa justamente por ser considerado um político de perfil moderado e conciliador.

Entre os papeis de Múcio está justamente fazer a interlocução do governo Lula com os militares, num ambiente de polarização política das forças, que contam com setores próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Dino destacou, porém, que a defesa que fazia de Múcio não significava “concordância integral” com as posições do colega ministro. Dino era crítico da manutenção dos acampamentos bolsonaristas, desmontados nesta segunda após ação policial.

Não significa concordância

“Não significa concordância integral com as opiniões dele [Múcio], porque obviamente as pessoas são diferentes, e montar uma equipe de governo é como qualquer instância da vida em que há diversidade e a pluralidade”, disse o ministro da Justiça.

Dino também elogiou as Forças Armadas e disse que, durante a crise gerada pelos atos antidemocráticos, elas foram “fiéis” à democracia.

“O fato, senhoras e senhores, é que as Forças Armadas brasileiras, até aqui, se mantiveram fiéis à legalidade democrática e isso é um evento que deve ser saudado e homenageado pelos democratas no nosso país. De um modo geral, eu diria que o pior passou”, completou Dino.

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