Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2022
“Se há fome e as pessoas estão cozinhando com lenha, o programa não é eleitoreiro”, afirmou o ministro
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilNo dia seguinte à aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que amplia e cria novos benefícios sociais até o final do ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, atacou os críticos das medidas de serem politicamente enviesados e tentou tranquilizar os investidores de que não há desequilíbrio fiscal com o aumento dos gastos.
Em pronunciamento virtual, o ministro disse que a PEC não é eleitoreira porque há pessoas com fome e cozinhando com lenha e que os críticos fazem “politização da tragédia”. Ele agradeceu aos parlamentares por terem aprovado a proposta e disse que o Congresso está moderando as demandas políticas e apoiando uma exigência da opinião pública ao aumentar os auxílios.
“O fiscal está forte. Quero tranquilizar os analistas preparados e que não estão politicamente enviesados”, afirmou. Ao rechaçar avaliação de que a PEC representava populismo fiscal, o ministro disse que estava se dirigindo aos analistas preparados tecnicamente e não os que fazem militância partidária.
Ele chegou a falar em “sabotagem” quando se está lutando para resolver os problemas que a própria opinião pública e mídia estavam apontando, como o aumento da fome. “Se há fome e as pessoas estão cozinhando com lenha, o programa não é eleitoreiro”, afirmou. Para ele, é “fake news chamar” de populismo fiscal as medidas que estão sendo adotadas.
Guedes falou antes do início de uma entrevista do Ministério da Economia para apresentação de novas previsões para os principais indicadores econômicos do Brasil. A imprensa não pode fazer perguntas.
A estimativa de alta do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano subiu de 1,5% para 2%. Para 2023, na contramão do mercado financeiro que vê desaceleração da atividade econômica, o governo prevê crescimento mais robusto de 2,5%.
Na fala, Guedes rebateu também o nome de “PEC Kamikaze” e disse que o texto aprovado deve ser chamado de PEC das bondades. Ele ponderou que a PEC seria “kamikaze” se a proposta de criação de um fundo de estabilização para segurar os preços do petróleo fosse aprovada. O custo, segundo ele, seria de R$ 180 bilhões desde o ano passado.