O ministro da Economia, Paulo Guedes, respondeu ao tribunal de Contas da união (TCU) sobre suposta investigação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) nas contas do jornalista Glenn Greenwald. Conforme o ministro, ele não ordenou nenhuma busca sobre as movimentações financeiras do fundador do site The Intercept Brasil.
Guedes encaminhou ofício ao TCU afirmando que desconhece “os fatos noticiados nos autos”. No entanto, o titular da pasta da Economia disse que o Coaf tem autonomia técnica para iniciar uma investigação sem autorização dele. O texto enviado pelo ministro diz que ele “não tomou parte de nenhuma questão relacionada aos fatos e situações ali descritos, não havendo, por conseguinte, orientado ou determinado nenhuma providência por parte do Conselho de Controle de Atividades Financeiras em eventuais investigações levadas a efeito, atinentes à representação citada”.
O TCU também solicitou retorno da presidência do Conselho e, o presidente substituto do Coaf, Jorge Luiz Alves Caetano, informou que o órgão não se pronunciará pois é coberto pelo “sigilo imposto pela Constituição Federal”.
A nota afirmou que: “Na hipótese ora figurada, é importante reiterar que tanto intercâmbio porventura iniciado pela Polícia Federal quanto eventual RIF [Relatório de Inteligência Financeira] disseminado seguiriam cobertos pelo sigilo imposto pela Constituição Federal e pelas leis do País, ressalvadas as estritas hipóteses de quebra de sigilo. Por essa razão ao longo de vinte anos de existência, o Coaf não se pronuncia sobre caso concreto, tampouco acerca de matérias e especulações jornalísticas ou de qualquer natureza”.
Entenda
O site Intercept Brasil divulgou supostas mensagens vazadas do Telegram, que seriam do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, com procuradores da operação Lava Jato. O material está sendo publicado de forma fracionada, com diversos diálogos, além de um áudio atribuído ao procurador Deltan Dallagnol. Em função disso, foi levantada a possibilidade da Polícia Federal estar investigando as finanças do jornalista do site, Glenn Greenwald, a pedido do Coaf. A busca seria por movimentações atípicas, que possam caracterizar pagamento pelo material vazado.