Em meio à greve de servidores da educação, que já dura quase 60 dias em todo o País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira (10), investimentos de R$ 5,5 bilhões para o setor, por meio de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (o Novo PAC).
O informe ocorreu durante cerimônia com reitores das universidades e dos institutos federais, realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. Os recursos, oriundos do Novo PAC, vão ser usados, por exemplo, para a criação de dez novos campi e em melhorias na infraestrutura das 69 universidades federais que já existem no Brasil.
Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, o investimento vai ser dividido da seguinte maneira: R$ 3,17 bilhões em ações de consolidação, R$ 600 milhões em ações de expansão e R$ 1,75 bilhões em ações para hospitais universitários.
A expansão universitária, com a criação dos dez novos campi, será feita nas seguintes cidades: São Gabriel da Cachoeira (AM), Cidade Ocidental (GO), Rurópolis (PA), Baturité (CE), Sertânia (PE), Estância (SE), Jequié (BA), Ipatinga (MG), São José do Rio Preto (SP) e Caxias do Sul (RS).
“A ampliação vai resultar em 28 mil novas vagas para estudantes de graduação. Cada obra custará R$ 60 milhões, sendo R$ 50 milhões destinados à construção de laboratórios, salas de aula, biblioteca, administração, restaurante e ambientação urbanística; e R$ 10 milhões para aquisição de equipamentos, totalizando um investimento de R$ 600 milhões. Os campi oferecerão seis cursos, cada, para 2.800 estudantes. Para isso, serão contratados 388 servidores por unidade”, informou o Executivo.
Em relação aos hospitais universitários, Santana informou que são 37 obras, distribuídas em 31 instalações. Dessas, oito são novas (Pelotas, Juiz de Fora, Acre, Roraima, Rio de Janeiro, Lavras, São Paulo e Cariri).
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliou, ainda, a bolsa permanência para estudantes quilombolas e indígenas. Agora, são 5.600 novas vagas para atendimento. Ao todo, 13 mil alunos recebem o benefício. O aporte, neste ano, é de R$ 233 milhões.
Com o anúncio de novas medidas para o setor da educação, Lula espera conter o movimento grevista, uma das maiores dores de cabeça para o petista neste momento.
Professores e servidores da educação superior que aderiram à greve reivindicam reestruturação de carreira e recomposição salarial e orçamentária, além da revogação de normas aprovadas nos governos dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro.
A greve na educação começou em abril e foi encampada por diversas categorias. Em algumas instituições, são os professores e os técnicos administrativos que aderiram à paralisação. Em outras, apenas um dos dois grupos. De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andres), há uma defasagem de 22,71% no salário dos professores que se acumula desde 2016.