O ministro das Fazenda, Joaquim Levy, disse neste sábado (10) que a presidenta Dilma Rousseff expressou pessoalmente seu apoio a ele e que pretende permanecer no cargo o quanto for necessário para tirar a economia da lentidão.
Especulação do mercado de que Levy estaria considerando deixar o cargo adicionou combustível a uma crise política e econômica que influenciou na queda do real ante o dólar nas últimas semanas e levantou as taxas de juros futuras. “Eu tenho esse apoio. Não é uma questão de sentir, é manifesto”, afirmou Levy à margem de reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional no Peru”. “Há inúmeras manifestações desse apoio”.
Levy ressaltou que Dilma está fazendo o possível para avançar com o ajuste fiscal, que vem sendo criticado por congressistas. Segundo ele, Dilma está empenhada em alcançar o superávit primário de 0,7 por cento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016.
Dilma está tentando desfazer uma série de erros de política durante seu primeiro mandato que ajudou a afundar a economia em sua pior recessão em 25 anos. A divisão ideológica entre Dilma e Levy levantou dúvidas sobre se os dois podem chegar a um acordo sobre um plano para promover a retomada da economia.
Mas muitos investidores acreditam que a influência de Levy no governo está diminuindo porque ele não conseguiu convencer Dilma a adotar um plano de ajuste fiscal mais severo. Levy tem sido criticado publicamente por parlamentares do PT, partido de Dilma, e pedem sua demissão.
Levy também disse que o governo será constantemente revendo seus programas para reduzir os gastos e melhorar a eficiência e que as mudanças no seguro-desemprego para pescadores, o chamado seguro-defeso, permitirá ao governo economizar até 1,5 bilhão de reais em 2016. (Reuters)