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Ministro da Fazenda minimiza disputa com Gleisi Hoffmann e anuncia reunião marcada para esta semana

Após mencionar notícias de que a indicação de Gleisi enfraquece a sua posição no governo, Haddad fez elogios à futura ministra. (Foto: Diogo Zacarias/MF)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na sexta-feira (7) que tem uma reunião marcada para esta próxima semana com Gleisi Hoffmann, que vai assumir o comando da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), pasta responsável pela articulação política do governo. Haddad minimizou divergências políticas com a deputada que ocupava a presidência do PT.

“Uma das primeiras coisas que ela fez quando foi indicada para assumir a Secretaria de Relações Institucionais foi me ligar [para dizer] ‘estou aqui, vamos conversar’. Já marcamos para semana que vem. Na boa, cara. Tenho uma relação ótima com ela. E nossas divergências estão ali. Não tem problema nenhum”, afirmou o ministro durante entrevista ao podcast Flow.

Após mencionar notícias de que a indicação de Gleisi enfraquece a sua posição no governo, Haddad fez elogios à futura ministra. Nesse ponto, citou a forma como Gleisi expõe de forma “frontal, clara e transparente” suas divergências no debate público, sem plantar notícias na imprensa.

“A Gleisi é uma pessoa muito transparente. Quando ela pensa diferente de você, ela não planta uma notícia no jornal. Ela fala contigo. Ela não liga para um jornalista que vai escrever ‘fontes do PT’, ‘fontes do Palácio do Planalto’, fontes não sei de onde”, destacou o ministro. “A Gleisi põe no twitter dela o que ela pensa. Ela põe no jornal, numa entrevista o que ela pensa”, acrescentou.

Alimentos

Em outra frente, Haddad afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está “querendo taxar o mundo inteiro” enquanto o presidente Luiz Inácio da Silva reduz imposto de importação de alimentos no Brasil.

“O cara que o (ex-presidente Jair) Bolsonaro apoia nos Estados Unidos está querendo taxar o mundo inteiro e o Lula acabou de anunciar redução do imposto de importação de alimentos”, afirmou o ministro.

Na quinta-feira, 6, o governo anunciou a zeragem da alíquota de importação de produtos como carne, café, açúcar, azeite e macarrão na tentativa de frear a inflação dos alimentos – que entrou na mira do Planalto por puxar para baixo a popularidade do presidente, hoje no patamar mais baixo de seus três mandatos.

Questionado sobre a efetividade das propostas para baixar os preços, Haddad afirmou que o controle da inflação não vai acontecer apenas com as medidas anunciadas ontem pelo governo. Para o ministro, as medidas têm alcance, mas a produção agrícola, apoiada pelo Plano Safra, e a correção do câmbio devem ser mais efetivos em derrubar a inflação de alimentos.

Segundo Haddad, a decisão de zerar o imposto de importação não tem o objetivo de derrubar os preços imediatamente, mas sim segurar o apetite dos produtores que estão com a intenção de subir os preços. “Tem alcance, mas há outros fatores que vão ajudar mais a baixar o preço”, comentou o ministro da Fazenda, que não participou do anúncio das medidas.

Ele ressaltou que um “bom Plano Safra” é metade do caminho para conter a inflação dos alimentos. Em paralelo, emendou, o dólar precisa voltar a um patamar civilizado. “Então, não é uma coisa que vai resolver. Não acredito que tenha uma decisão que vai resolver [a inflação]”, comentou.

O ministro da Fazenda frisou também que o presidente Lula fez um apelo para os governadores anteciparem a redução do ICMS sobre cesta básica, cujos produtos foram zerados do imposto sobre valor agregado, o IVA, criado pela reforma tributária, e que ainda será implementado. (Estadão Conteúdo)

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