O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a megaoperação Dakovo, realizada pela PF (Polícia Federal) nesta terça-feira (05) desestrutura a logística de tráfico de armas de duas grandes facções brasileiras.
“Essa ação com o Paraguai fará com que as duas maiores facções brasileiras que eram as destinatárias principais desses armamentos ilegais tenham o fechamento dessa via logística para realização das suas operações”, disse Dino.
“Eu quero assinalar a importância estratégica disso no combate ao crime organizado no Brasil. O presidente Lula definiu como prioridade, para o Ministério da Justiça, a ação contra a logística do crime organizado. Daí o foco em portos, aeroportos e fronteiras. E o outro eixo a descapitalização: tirar dinheiro do crime organizado”, afirmou.
Segundo o ministro da Justiça, a megaoperação teve início na Bahia, e as autoridades conseguiram determinar que as armas tinham a mesma origem. Ele também disse que a megaoperação começou nesta terça-feira e terá novos resultados nas próximos meses.
“É fundamental identificar desde a origem, o fabricante, a importação, o destino ao Brasil e, mediante essas adulterações e fraudes que foram mencionadas, a lavagem de dinheiro. Você só supera de verdade o crime organizado, quando você substitui o modelo ineficiente de tiros a esmo, tiros aleatórios, e vai à raiz do problema”, analisou Dino.
Ação deixou 19 presos, incluindo militar paraguaio
Nesta terça-feira, a PF deu início a uma megaoperação contra um grupo suspeito de negociar a compra e venda de 43 mil armas para os chefes das maiores organizações criminosas do país em três anos. Os agentes cumpriram 17 mandados de busca e apreensão no Brasil, e 21 no Paraguai. Cinco pessoas foram presas no Brasil, e 14 no país vizinho.
Um dos presos foi o general Arturo Javier González Ocampo, ex-comandante da Força Aérea do Paraguai. Ele estava em sua casa, no país vizinho. De acordo com fontes da PF, o argentino Diego Hernan Dirísio seria o principal alvo da operação. Ele é considerado foragido internacional.
Segundo apuração do Gise (Grupo de Investigações Sensíveis da Bahia), com coordenação da PF de Brasília, o alvo comprava armas fabricadas em países como Croácia, Turquia, Republica Tcheca e Eslovênia, para vender a criminosos brasileiros. No entanto, antes da venda, os itens passavam pelo Paraguai.
A PF diz que 43 mil armas foram contrabandeadas para o Comando Vermelho e PCC (Primeiro Comando da Capital). Esse esquema movimentou R$ 1,2 bilhão, segundo as investigações.
O argentino é considerado o maior contrabandista de armas na América do Sul e realizava a venda das armas por meio de uma empresa no nome dele, na capital paraguaia. A Justiça da Bahia determinou que o nome dele seja incluído na Difusão Vermelha da Interpol, para que possa ser preso em qualquer país.