Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2023
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, prorrogou o prazo para emprego da Força Nacional para auxiliar na segurança do Distrito Federal até o dia 19 de janeiro, em razão dos últimos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília.
A Portaria que estende o prazo está publicada no Diário Oficial da União dessa quarta-feira (11). O ato anterior, que autorizou a atuação da Força, previa ações até segunda-feira (9).
A nova portaria detalha que o efetivo deve auxiliar na “proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado entre a Rodoviária de Brasília e a Praça dos Três Poderes, assim como na proteção de outros bens da União situados em Brasília, em caráter episódico e planejado, no período de 10 a 19 de janeiro de 2023”.
No domingo passado (8), manifestantes golpistas conseguiram invadir as sedes dos três Poderes em Brasília, depredando os prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto.
Dino atribuiu ao governo do Distrito Federal as responsabilidades dos atos extremistas. Segundo ele, a mudança de planejamento das forças de segurança pública do DF foi determinante para possibilitar a invasão e destruição dos prédios públicos.
Em coletiva de imprensa, Dino relatou uma reunião prévia entre forças federais e distritais para acertar o planejamento operacional. Essa reunião ocorreu no fim da semana e ficou acertado que os manifestantes não entrariam na Esplanada, haveria um bloqueio no caminho que leva ao Congresso Nacional e à Praça dos Três Poderes.
“Infelizmente, houve uma avaliação das autoridades locais de que seria possível, na última hora, mudar o planejamento. Esse planejamento foi modificado e isso ensejou que essas pessoas descessem até próximo do Congresso Nacional e, em seguida, o descontrole que vocês viram”, afirmou Dino. Ele evitou dizer que essa mudança de planejamento foi criminosa, mas disse que a tragédia ocorrida ontem poderia ter sido evitada se o combinado com o governo federal tivesse sido cumprido.
“O que eu vi era que o contingente policial estava absolutamente desconforme com a decisão tomada de deixar que eles descessem a Esplanada. Tanto é que quando os efetivos foram ampliados, uma hora e meia após o início dos episódios, rapidamente a situação foi controlada. O que mostra que era absolutamente evitável se não fosse uma mudança de planejamento de última hora”. O ministro afirmou que as razões dessa mudança estão sendo investigadas.
Dino disse ainda que pretende devolver a gestão da segurança pública do DF, agora sob intervenção federal, ao governo local “o quanto antes”. Segundo ele, haverá “revisão” nas polícias do DF, sobretudo na Polícia Militar. Imagens da invasão mostram policiais inertes, permitindo os vândalos invadirem o Congresso Nacional sem serem incomodados.