O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta-feira (25) que é preciso defender a “soberania” do PNI (Programa Nacional de Imunização), e alertou que Estados e municípios devem seguir as orientações da pasta para definir quais os públicos que devem ser vacinados no atual momento da pandemia de Covid.
Os dois pontos de atrito entre o governo federal e Estados são a vacinação de adolescentes, que já começou em algumas capitais apesar de ainda não haver orientação do PNI, e o público alvo da dose de reforço.
“Se cada um quiser criar um regime próprio, o Ministério da Saúde não vai ter condição de entregar doses de vacinas. Se for diferente, vai faltar dose mesmo. Não vale ir para a Justiça (…) juiz não vai assegurar dose que não existe”, disse Queiroga.
“Se a gente decide que os profissionais de saúde não são prioridade (para a dose de reforço), não adianta uma demagogia vacinal dizer que vai aplicar”, disse Queiroga.
Polêmica
O alerta do ministro ocorre no mesmo dia em que o governo federal anunciou quais serão os primeiros públicos que devem receber a dose de reforço no País:
- idosos com mais de 70 anos que completaram o esquema vacinal há mais de seis meses
- pessoas com baixa imunidade (imunossuprimidos) que tomaram a segunda dose há ao menos 28 dias
Após o governo anunciar a faixa etária dos idosos e que indica a vacinação de idosos acima de 70 anos, o Estado de São Paulo informou que vai começar o reforço em 6 de setembro em idosos com mais de 60 anos.
Disputa
Outra polêmica na relação entre governo federal e Estados é em relação aos adolescentes. No fim de julho, o Ministério da Saúde definiu que irá vacinar adolescentes de 12 a 17 anos contra Covid-19 depois que toda a população de 18 anos ou mais receber ao menos uma dose de imunizante.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação em adolescentes ocorrerá da seguinte maneira:
- o público-alvo será adolescentes de 12 a 17 anos;
- os primeiros a serem vacinados serão os adolescentes com comorbidades; na sequência, os demais;
- para começar a vacinação, contudo, os estados e municípios precisam terminar de vacinar, com pelo menos uma dose, toda a sua população adulta;
A expectativa do Ministério da Saúde é que a vacinação dos adultos com uma dose termine até a metade de setembro. Entretanto, já há capitais vacinando esse público alvo.