O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quarta-feira (23) que as constantes mudanças de cenário dificultam a definição de um cronograma de vacinação contra o coronavírus. Segundo ele, o governo está negociando “todos os dias” com as diversas empresas que desenvolveram imunizantes contra a doença.
“O cronograma de distribuição e imunização é mutável”, ressaltou após visitar o Centro de Distribuição de Insumos Críticos da Saúde em Guarulhos, na Grande São Paulo.
“Empresas que apresentam novas propostas. Fabricação que é interrompida ou acelerada. Registro na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Toda e qualquer vacina que seja distribuída pelo Sistema Único de Saúde [SUS] estará registrada com a garantia de segurança e eficácia”, enumerou sobre os fatores que dificultam estabelecer um calendário para a vacinação em massa no País.
O ministro voltou a dizer que na melhor das hipóteses a vacinação pode começar a partir de 20 de janeiro e em uma perspectiva mais pessimista, somente no final de fevereiro.
De acordo com Pazuello, o governo federal defende que a imunização seja “voluntária”. O ministro destacou ainda que o SUS está preparado para fazer a vacinação tão logo o medicamento esteja disponível.
“Nós temos a estrutura e a capacidade para distribuir: receber, armazenar, manusear, transportar e entregar em cada ponto do Brasil a vacina contra o coronavírus”, destacou.
Covid-19 no Brasil
O balanço divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde registra 46.696 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, já foram notificados 7.365.517 casos da doença. Até as 18h desta quarta, houve registro de 961 mortes, totalizando 189.220 óbitos.
Segundo a pasta, 6.405.356 pessoas (87%) já se recuperaram da Covid-19.
O balanço do ministério é feito a partir de registros reunidos pelas secretarias estaduais de Saúde e enviados à pasta para consolidação.
São Paulo se mantém com o maior número de casos e chegou a 1.409.140 pessoas contaminadas. Os outros Estados com maior número de casos no País são Minas Gerais (510.219) e Bahia (476.955). Já o Acre tem o menor número de casos (40.399), seguido de Amapá (65.938) e Roraima (67.909).
Coronavac
O Instituto Butantan e o governo de São Paulo informaram nesta quarta que a vacina CoronaVac apresentou eficácia superior a 50%, percentual mínimo recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para registro de um imunizante, e terá o registro pedido à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
No entanto, a divulgação dos dados de eficácia foi adiada. A justificativa foi que o laboratório Sinovac – parceiro do Butantan no desenvolvimento da vacina – pediu mais 15 dias de avaliação para que os dados sejam comparados a resultados de pesquisas em outros países, evitando que a vacina tenha diferentes índices de eficácia anunciados.