O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, testou positivo para coronavírus. Mais cedo sua assessoria confirmou que ele faria o teste e que passava bem. Pazuello é o 12º ministro de Bolsonaro a contrair a doença.
Na equipe ministerial, além do ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, último a se recuperar, tiveram a doença Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Milton Ribeiro (Educação), Onyx Lorenzoni (Cidadania), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações), Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União), Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) e, mais recentemente, o ministro Fabio Faria (Comunicações). O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também já foram infectados pela Covid-19.
Também contraíram a Covid-19 o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o procurador-geral da República, Augusto Aras, e a presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministra Maria Cristina Peduzzi.
Na terça-feira, Pazuello cancelou a agenda que tinha com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e deputado, mantendo apenas a reunião com governadores onde anunciou a compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em teste com voluntários em São Paulo e que será produzida pelo Instituto Butantan.
Ministério volta atrás
O Ministério da Saúde deu informações diferentes. nesta quarta-feira (21), sobre a aquisição da vacina chinesa, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan. O secretário executivo da pasta, Elcio Franco, realizou pronunciamento em que afirmou não haver compromisso.
“Qualquer vacina, quando estiver disponível, certificada pela Anvisa, e adquirida pelo Ministério da Saúde, poderá ser oferecida aos brasileiros por meio do Programa Nacional de Imunizações, e no que depender desta pasta, não será obrigatória”, informou o secretário executivo.
Segundo o secretário, não houve qualquer compromisso com o governo do Estado de São Paulo no sentido de aquisição de vacina contra a Covid-19. “Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante, por se tratar de um grande parceiro do Ministério da Saúde na produção de vacinas para o PNI (Programa Nacional de Imunizações)”, justificou.
Franco esclareceu que é “mais uma inciativa para tentar proporcionar vacina segura e eficaz para a nossa população, neste caso como uma vacina brasileira” e se estiver disponível antes da vacina da AztraZeneca/Oxford ou da Covax. “Não há intenção de compra de vacinas chinesas”, ressaltou.
O secretário reforçou que qualquer vacina depende de análise técnica e aprovação da Anvisa, pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) e pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) do SUS (Sistema Único de Saúde). Franco reafirmou que quando qualquer vacina estiver disponível, certificada pela Anvisa e adquirida pelo Ministério da Saúde, ela será oferecida aos brasileiros por meio do PNI e, “no que depender desta pasta, não será obrigatória”.
Bolsonaro diz que não comprará CoronaVac
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta que o governo federal não comprará a vacina CoronaVac. De acordo com ele, antes de ser disponibilizada para a população, a vacina deverá ser “comprovada cientificamente” pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Na prática, Pazuello foi desautorizado por Bolsonaro na véspera da confirmação do seu diagnóstico para coronavírus.