O ministro das Cidades, Jader Filho, disse durante encontro do U20 Rio Summit, abertura do G20, no Rio, que as explosões de quarta-feira (13), em Brasília, devem ser tratadas como “terrorismo” e que políticos de “direita, esquerda e centro” precisam parar com discussões extremistas.
“Se eventos como esse continuarem acontecendo, o Brasil terá que rever a forma de enxergar o terrorismo, porque o que vimos ontem [quarta, 13] foi terrorismo”, afirma Jader Filho.
O ministro também pontua que o ocorrido pode incentivar novas ações extremistas.
“Precisamos refletir, como sociedade, sobre o que está acontecendo. O Brasil precisa dar um passo atrás para que possamos avançar como nação. Esse é um papel de todos os políticos, de direita, esquerda e centro, que realmente desejam promover uma discussão séria. Precisamos parar com a discussão sobre extremismo, respeitando todos os lados. O ponto central é respeitar a opinião alheia”, destaca.
“A gente sempre teve essa máxima de dizer que o Brasil era um país onde não víamos isso acontecer, e agora estamos vendo”, relata o ministro.
As explosões que ocorreram na noite de quarta-feira (13), na Praça dos Três Poderes, em Brasília, foram causadas por Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, conhecido como Tiü França, que acabou se tornando vítima do próprio ato.
Um vigilante do Supremo relatou, em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, ter presenciado o momento em que o homem explodiu bombas na Praça dos Três Poderes.
O depoimento de Nataniel Camelo aponta que o Luiz se aproximou e ficou parado em frente na estátua da Justiça.
“O indivíduo trazia consigo uma mochila e estava em atitude suspeita em frente à estátua, colocou a mochila no chão, tirou um extintor, tirou uma blusa de dentro da mochila e a lançou contra a estátua. O indivíduo retirou da mochila alguns artefatos e com a aproximação dos seguranças do STF, o indivíduo abriu a camisa os advertiu para não se aproximarem”, diz trecho do Boletim de Ocorrência da Polícia Civil.
O vigilante visualizou um objeto semelhante a um relógio digital, que o segurança acreditou tratar-se de uma bomba. O segurança estava sozinho quando o homem se aproximou. As explosões na Câmara e no STF ocorreram em momentos bem próximos.
“O indivíduo deitou no chão, acendeu o último artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão”, afirma o boletim de ocorrência. A Polícia Civil investiga o caso, e a Polícia Federal já abriu um inquérito.