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Ministro de Lula diz que quem governa não pode “ficar em depressão” quando pesquisas não estão boas

Rui Costa admitiu que o governo não “comunicou bem” nos dois anos de gestão. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que quem governa “não pode ficar em depressão” quando pesquisas de popularidade não são boas para a gestão. De acordo com ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preocupado em melhorar a performance e comunicação do governo, mas descartou a intenção de ampliar o número de ministérios para ampliar a participação de partidos na Esplanada.

“Quem governa, nem pode ficar eufórico quando as pesquisas vêm boas, nem pode ficar em depressão quando as pesquisas não vêm boas. Quem governa tem que ter serenidade em identificar tanto no momento que está bom, o que está lhe fazendo ter avaliação positiva, e buscar com precisão nos momentos que as pesquisas não vêm boas, o que está levando a isso”, afirmou o ministro em entrevista à GloboNews.

Rui Costa admitiu que o governo não “comunicou bem” nos dois anos de gestão. “É isso que estamos num esforço gigantesco”, disse.

A desaprovação do governo cresceu acima dos dois dígitos desde dezembro em Pernambuco e Bahia, Estados que historicamente são base eleitoral do petista. Segundo pesquisa Genial/Quaest, divulgada na última quarta-feira (26), a taxa de reprovação do presidente ultrapassa 60% nos outros seis Estados onde foram realizadas entrevistas: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

Na pesquisa Genial/Quaest, a administração do chefe do Executivo é desaprovada por 69% dos paulistas, ante 29% de aprovação. Para o levantamento, a Quaest ouviu 1.644 pessoas no Estado. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Segundo a Quaest, o governo Lula é avaliado negativamente por 55% dos entrevistados no estado. Enquanto a avaliação positiva da gestão é de 16%. Outros 27% consideram regular e 2% não souberam ou não responderam.

O presidente do instituto Locomotiva, Renato Meirelles, listou alguns fatores que podem ter contribuído para a queda na popularidade da administração Lula.

De acordo com ele, a percepção dos preços dos alimentos é um dos principais elementos que afetam a avaliação do governo.

“Não é o alimento em si ou os produtos da cesta básica, mas é aquilo que as pessoas compram todo dia. Isso faz com que a percepção de preço cresça”, explicou Meirelles.

No entanto, para ele, o maior desafio do governo Lula não é econômico nem de comunicação, mas sim de perspectiva.

“A crise que nós temos hoje é uma crise de perspectiva. Qual é o sonho que o governo está oferecendo”, questionou.

Meirelles argumentou que o governo precisa oferecer uma visão de futuro para os brasileiros.

“Se o governo, nessa reta final, for capaz de encontrar e oferecer o sonho da população, talvez ele consiga reverter essa baixa na popularidade”, sugeriu, lembrando que Lula já conseguiu superar crises de popularidade no passado, como durante o escândalo do Mensalão.

De olho nas reacomodações que o governo pretende fazer na Esplanada, Rui Costa avaliou como “natural” que partidos queiram um espaço maior no governo. Porém, disse que “não há nenhuma intenção de ampliar número de espaços para fazer acomodação política”. O ministro comentou que Lula deve chamar líderes partidários para tratar sobre o assunto.

Mesmo sob expectativas de uma reforma ministerial envolvendo o espaço das legendas, o ministro afirmou que a gestão federal não deve ter dificuldade de aprovar os principais projetos do governo na Câmara e Senado. Com informações dos portais de notícias CNN Brasil e Estadão Conteúdo.

 

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