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Ministro de Lula minimiza rejeição do governo entre evangélicos e diz que “Fé no Brasil” é fruto de aproximação

Jorge Messias afirmou que, para o governo, não há motivo para desentendimento entre os Poderes.(Foto: Daniel Estevao/AGU)

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, minimizou a rejeição dos evangélicos ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi registrada pelos principais institutos de pesquisa do País em levantamentos realizados no mês de março. “Eu não acho que o segmento evangélico tenha resistência como se coloca ao presidente”, afirmou Messias durante a Brazil Conference, em Universidade Harvard.

Pesquisas encomendadas pelo Palácio do Planalto reforçaram os indicativos de queda na popularidade de Lula, especialmente no segmento evangélico, que representa 30% do eleitorado. A portas fechadas, como mostrou o Estadão, o diagnóstico é a de que o governo tem perdido a batalha da comunicação para aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em resposta, o Planalto organizou a campanha publicitária intitulada “Fé no Brasil”. A ação está baseada na exibição de peças com indicadores positivos do governo durante as visitas de Lula e dos ministros aos Estados. Questionado se participou da concepção do projeto, Messias disse que o slogan é fruto do “trabalho que vem desde a campanha e da nossa (governo) aproximação com o segmento”.

“Eu acho que estamos cumprindo aquilo que o governo se comprometeu em campanha e, da nossa parte, eu acho o movimento tende a ser muito positivo”, disse Messias. “Nosso trabalho com o segmento evangélico é uma relação respeitosa, mas com o foco na construção de políticas para toda a população, que é o papel do Estado. Precisamos lembrar que o Estado é laico”, prosseguiu.

Ainda de acordo com o ministro, Lula “tem cumprido absolutamente tudo aquilo que ele se comprometeu com o povo evangélico” durante a campanha ao apresentar uma carta de intenções. Porém, os dados da pesquisa Atlas/Intel divulgada no dia 10 de março mostram que 41% dos evangélicos consideram a gestão petista ruim ou péssima. Entre a população geral, a avaliação negativa é de 32%.

Messias diz que todos os ministros têm a obrigação de dialogar com os diferentes setores sociais, mas que ele assume papel de destaque na aproximação com os evangélicos por ser seguidor da religião. “Como eu tenho 40 anos de evangélico na igreja Batista, eu tenho uma interlocução mais próxima com o segmento evangélico, mas dialogo com todos os segmentos religiosos”, disse.

A campanha “Fé no Brasil” pretende transmitir a ideia de que, após um ano definido por Lula como sendo de “plantar”, chegou a hora “da colheita” e as promessas saíram do papel. A propaganda aparecerá em rádio, TV, jornais e mídias digitais. Nas redes sociais, os anúncios serão emoldurados pela inscrição “Bote fé no Brasil”, com letras coloridas, ao lado de “Estamos no rumo certo”.

Messias assume a dianteira da interlocução com os evangélicos ao lado dos ministros Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, e Wellington Dias, do Desenvolvimento Social. Há duas semanas, Padilha e Messias se reuniram com integrantes da Frente Parlamentar Evangélica no gabinete da liderança do PSD, na Câmara, e ouviram muitas queixas.

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