Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2023
Encontro organizado pelo Ministro da Defesa entre presidentes e comandantes deve ocorrer ainda nesta semana, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa
Foto: Antonio Cruz/Agência BrasilO presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá se encontrar com os comandantes-gerais de Exército, Marinha e Aeronáutica. Na reunião, o petista deve abordar a postura de militares na invasão do Palácio do Planalto, da qual se queixou por ver “conivência” de alguns soldados, e falar sobre um assunto de interesse das Forças: os investimentos em projetos estratégicos que demandam recursos bilionários.
O encontro com o presidente é organizado pelo ministro da Defesa, José Múcio, que tem atuado para distensionar a relação entre governo e militares. A reunião deve ocorrer ainda nesta semana, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Almoço
A convite do ministro da Defesa, Costa participou de almoço prévio com os três comandantes ontem. Ao sair, afirmou que as Forças Armadas não podem permanecer “contaminadas” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas falou em evitar generalizações. “Não podemos permanecer com nossas instituições contaminadas por esse conceito de governo que se encerrou dia 31”, afirmou Costa.
“Não podemos misturar isso com eventuais comportamentos inadequados de um, dois ou dez, pessoas de instituições diferentes, sejam Forças Armadas, Ministério Público ou Judiciário, que tiveram comportamentos que não deveriam ter ocorrido ao longo desse último período”, declarou o ministro da Casa Civil.
Investimento
Para ele, Lula defende Forças que “sejam e pensem como projeto de Estado” e quer discutir com os comandantes a modernização da Defesa, com investimentos alinhados ao desenvolvimento de ciência e tecnologia. Assim, Lula tenta pôr em pauta tema do agrado dos comandantes.
Eles pleiteiam que o investimento federal em Defesa seja de ao menos 2% do PIB, uma cifra usada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Costa defendeu aumento de aportes na Defesa, com a inovação do formato de Parceria Público-privada (PPP).
O ministro afirmou ainda que os investimentos nos projetos estratégicos “cabem muito bem” no modelo de PPP. Segundo ele, é preciso buscar novas formas de captar recursos para despesas militares, e os comandantes vão apresentar propostas a Lula.