Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2024
“O Líbano vive uma crise que ameaça a sua existência”, disse o ministro das Relações Exteriores do país, Abdallah Bouhabib, à Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) na noite dessa quinta-feira (26). Bouhabib repudiou os bombardeios de Israel no território libanês, que fizeram centenas de vítimas nesta semana.
O ministro libanês pediu também por uma solução diplomática para o conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah, que teve rápida escalada nas agressões desde semana passada, após explosões de pagers e de walkie-talkies de integrantes do grupo libanês. Uma proposta de cessar-fogo nos bombardeios, elaborada pelos EUA e França, foi rejeitada por Israel nessa quinta.
“Diplomacia é a única maneira de salvar vidas inocentes. O Líbano está comprometido com isso”, afirmou Bouhabib, que também disse não haver justificativa para morte de civis.
O forte discurso de Bouhabib na ONU ocorre em meio à mobilização de tropas israelenses na fronteira com o Líbano e bombardeios israelenses no país, principalmente na região sul. Uma série de bombardeios na segunda-feira fez do dia o mais sangrento no país desde a guerra do Líbano, em 2006, entre Israel e Hezbollah, matando mais de 550 pessoas.
Na quarta (25), o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, discursou em reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, convocada pela França para discutir a escalada do conflito. Mikati afirmou que Israel está matando civis com os bombardeios e pediu um cessar-fogo imediato nas agressões. “Israel nunca parou de violar as resoluções adotadas pela ONU. O Líbano não está pedindo por caridade”, disse o premiê.
O representante de Israel na ONU, Danny Danon, ter dito que o país “não deseja” invadir o território do Líbano e não quer uma “guerra total” contra o Hezbollah. No entanto, Israel está estudando uma possível entrada por terra no país vizinho, segundo o chefe das Forças Armadas israelense.
O ministro das Relações Exteriores libanês também acusou Israel de radicalização. “A guerra (na Faixa de Gaza) se expandiu e derramou nas regiões libanesas”, disse Bouhabib.
invocou a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em 2006, para defender a soberania do território do Líbano contra uma eventual invasão israelense. A resolução resolveu a Guerra do Líbano e determinou a retirada de tropas de Israel do país e o desarmamento das milícias libanesas – o segundo não aconteceu.
Israel x Hezbollah
Israel afirmou que está conduzindo uma operação militar na fronteira com o Líbano para que moradores da região possam voltar para casa. Esses israelenses deixaram a área por causa de ataques do grupo extremista Hezbollah, que atua no Líbano.
Hezbollah e Israel possuem um histórico de desavenças, que já resultou em uma guerra em 2006. O conflito na região voltou a se intensificar em outubro de 2023. À época, o grupo terrorista Hamas invadiu Israel, o que resultou na morte e sequestro de civis.
Em resposta, Israel declarou guerra contra o Hamas e bombardeou a Faixa de Gaza. Desde então, o Hezbollah vem lançando foguetes contra Israel para demonstrar apoio ao Hamas e aos moradores de Gaza.
Na semana passada, pagers e walkie-talkies usados por membros do Hezbollah explodiram em uma ação coordenada. Em seguida, Israel anunciou que estava movendo tropas para a região de fronteira com o Líbano.
Israel também lançou uma série de bombardeios contra o Líbano, justificando que estava atacando estruturas do Hezbollah.
Diante disso, a ONU levantou preocupações sobre uma guerra total no Oriente Médio.
“O Líbano está à beira do precipício. O povo do Líbano, o povo de Israel e o povo do mundo não podem permitir que o Líbano se torne outra Gaza”, disse o Secretário-Geral da ONU, António Guterres. As informações são do portal de notícias G1.