Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2019
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, admitiu nesta sexta-feira (1º) que o governo não estava preparado para lidar com uma crise ambiental como o vazamento de óleo que atinge o Nordeste desde o fim de agosto.
“A primeira constatação dessa história é uma lição que a gente vai tomar. O Brasil gastou fortunas em coisa que não servia para nada. Tomar conta de fato do nosso litoral, e isso custa caro, não se fez. Então, a primeira constatação é que esse episódio mostra a nossa fragilidade nesse sentido”, disse.
Para Salles, os governos anteriores ao de Jair Bolsonaro não fizeram bons investimentos na Marinha. De acordo com o ministro, o Ministério da Defesa e a Marinha poderiam ter respondido melhor ao surgimento das manchas de óleo se estivessem mais preparados.
Salles diz que parte do dinheiro que for arrecadado na cessão onerosa do petróleo, marcada para acontecer neste mês, deve ser utilizado para reequipar a Marinha. “Por que deu o problema? Porque não sabemos por que esse óleo foi ao mar. A resposta da Marinha e da Defesa poderia ter sido melhor, agora vamos reequipar o órgão.”
Após ter usado vídeos editados e imagem antiga fora de contexto para criticar o Greenpeace, o ministro voltou a sugerir que a ONG não ajudou na limpeza das praias no Nordeste. Questionado sobre se há diálogo com o Greenpeace, Salles respondeu que não e disse que a ONG faz alarmismo para conseguir doações.
“Não há relação. Temos boa relação com entidades ambientalistas parceiras que apresentam proposta, a exemplo dos voluntários. Quando é uma crítica construtiva há respeitabilidade. Quando é crítica pela crítica, não podemos aceitar. Em todos os lugares que fui na Europa tinha um grupo do Greenpeace protestando, falando mal do Brasil.”
O ministro ainda afirmou que a quantidade de óleo que chega ao litoral está diminuindo, assim como os pontos de onde o material toca a costa. Sobre o destino do material, Salles se diz favorável a incineração pela indústria do cimento porque seria um uso útil. “A alternativa onde não há indústria do cimento são aterros próprios para material de origem química. Na minha visão, isso é pior do que incinerar.”