O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes não acredita que o fatiamento do processo e das investigações da Operação Lava-Jato venha a comprometer o resultado final do trabalho desenvolvido pelo Ministério Público do Paraná em conjunto com a Polícia Federal. “Eu não acredito que haverá comprometimento na qualidade das investigações, mas certamente a decisão exigirá um compartilhamento maior [de informações] entre os juízes de Curitiba (PR), de São Paulo e do Rio de Janeiro [no caso da Eletronuclear]”, afirmou.
De acordo com o ministro, o processo deveria ficar com o Ministério Público do Paraná. “Eu só acho que, talvez diante da complexidade do tema, esta matéria devesse ter ficado em Curitiba porque se trata de um mesmo grupo, de uma mesma organização criminosa. Não acho que os juízes locais venham a se sentir pressionados. Acho que a coisa é mais de estrutura, porque há uma força tarefa trabalhando no caso, nesta operação, e certamente talvez haja uma certa dificuldade montar isto em outros Estados.”
Sobre uma possível percepção por parte da sociedade de que algumas decisões da Corte teriam fragilizado a Lava-Jato, devido a expectativa muito grande que se criou em cima das investigações, Mendes considerou normal essa possibilidade. “Nós tivemos algumas decisões sobre libertações de pessoas [envolvidas no caso], mas que são normais.” (Abr)