Ícone do site Jornal O Sul

Ministro do Supremo Edson Fachin diz que não se pode admitir corrosão da autoridade do Judiciário

Presidente do TSE fez pronunciamento na abertura de sessão desta quarta do Supremo. (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

O ministro Edson Fachin afirmou na abertura da sessão desta quarta-feira (04) do STF (Supremo Tribunal Federal) que não se pode transigir com ameaças à democracia nem se permitir a corrosão da autoridade do Judiciário.

Fachin fez a manifestação logo depois de o presidente do STF, Luiz Fux, fazer um relato de encontros que teve na véspera com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.

As reuniões de Fux com Pacheco e Nogueira foram realizadas em meio a um ambiente de tensão institucional, em razão da crise provocada pelo presidente Jair Bolsonaro entre o governo federal e o Poder Judiciário.

No último dia 21, Bolsonaro concedeu perdão de pena ao deputado federal Daniel Silveira — um dia depois de ele ter sido condenado à prisão pelo STF — e na semana passada defendeu uma apuração paralela à do Tribunal Superior Eleitoral na eleição deste ano. Segundo Bolsonaro, essa sugestão foi apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelas Forças Armadas, que fariam essa apuração.

“O respeito entre as instituições — e não há instituição acima ou abaixo, todas as instituições — e a harmonia entre poderes dependem não só de abertura para o diálogo, mas também de uma posição firme: não transigir com ameaças à democracia, não aquiescer com informações falsas e levianas, não permitir que se corroa a autoridade do Poder Judiciário”, afirmou o ministro, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Conforme Fachin, a liderança do Supremo “é um farol para todos os demais juízes e demais juízas do país, assim como para todos os tribunais”. No pronunciamento, o ministro conclamou a “defesa da normalidade e do exercício das competências institucionais como condição de possibilidade e sustentáculo da República e de uma sociedade livre, justa e solidária”.

Para o ministro, “sem diálogo e concórdia, não há cooperação para a defesa das instituições”. O presidente do TSE disse que as liberdades democráticas “integram o patrimônio moral das gerações futuras”.

“É nossa missão social”, afirmou o ministro, garantir um futuro a essas gerações “mesmo diante dos desafios direcionados às instituições democráticas”. “É necessária a firme e colaborativa atuação das instituições da República para que a confiança que o povo brasileiro sempre teve no Judiciário possa ser atestada como fato histórico”, declarou.

De acordo com o presidente do TSE, o respeito entre as instituições e a harmonia entre os poderes “dependem hoje não só da abertura para o diálogo, mas também de uma posição firme: não transigir com as ameaças à democracia; não aquiescer com informações falsas e levianas; não permitir que se corroa a autoridade do Poder Judiciário”.

Sair da versão mobile