Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de novembro de 2015
Para cinco dos 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), a defesa apresentada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para as acusações oferecidas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) enfraqueceu as condições de permanência do peemedebista no cargo. A avaliação do grupo, em conversas reservadas, é de que Cunha “caiu em desgraça” e “atrapalha a agenda do País”.
A maioria da Corte, porém, ainda considera drástica a hipótese de afastamento de Cunha e duvida que o MPF (Ministério Público Federal) formalize tão cedo um pedido com essa finalidade. “O assunto tem de ser resolvido politicamente pelo Congresso Nacional”, defendeu um membro da Corte.
Outro colega frisou que o Supremo não quer ser acusado, mais uma vez, de “judicializar” a política. “Temos que nos manifestar nos autos do processo e, por enquanto, só conhecemos a defesa pela imprensa”, argumentou.
Diante das manobras de Cunha, no entanto, há quem já considere quase inevitável que o STF precise intervir. Nos bastidores da PGR, por sua vez, investigadores comemoraram a exposição voluntária do peemedebista na mídia, com declarações públicas que acabaram desmentidas pelos documentos que comprovam a existência de contas bancárias em seu nome na Suíça.
Fontes do governo também consideram equivocada a estratégia de defesa de Cunha. “O problema é que ele não sabe jogar na defensiva”, avaliou um auxiliar da presidenta Dilma Rousseff. (AE)