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Ministros do Supremo avaliam que golpe ainda não morreu e veem anistia enterrada

Para os ministros, as explosões na Praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira (13), são uma continuidade dos ataques de 8 de janeiro. (Foto: Agência Brasil)

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pelo blog de Andréia Sadi, do portal de notícias G1, avaliam que as explosões na Praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira (13), em Brasília (DF), são uma continuidade dos ataques de 8 de janeiro e enterram articulação e expectativa de anistia para os envolvidos neles.

Nas palavras de um integrante da Corte, não é possível falar em anistia para um “golpe que ainda não morreu” e está incrustado em setores da sociedade – inclusive, tendo a Câmara dos Deputados como alvo (uma das explosões foi na área externa do anexo IV do prédio da Casa).

Apesar de considerada inconstitucional por juristas, a anistia vem sendo discutida no Congresso em um projeto que perdoa as condenações dos participantes dos atentados e atinge todas as medidas de restrição de direitos (como prisão e uso de tornozeleira eletrônica).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vinha defendendo a aprovação da anistia, e contava com ela para tentar reverter a sua inelegibilidade.

As explosões de quarta devem, ainda, frear a articulação nos bastidores para que se suavize as penas aplicadas aos envolvidos no 8 de janeiro, como querem parlamentares de extrema direita.

Para ministros ouvidos pelo blog, o ato de quarta reforça que episódio de 2023 “não foi um domingo no parque” e segue alimentando extremistas de direita – para os quais a eleição Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos funcionou como um “estímulo geral” e uma “injeção de ânimo”.

Antes de ser eleito, Trump prometeu perdoar envolvidos no ataque ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021, após a derrota do republicano para Joe Biden na eleição de 2020.

O novo episódio deve, ainda, acelerar a conclusão do inquérito da tentativa de golpe de estado, do qual Bolsonaro é um dos alvos.

Terrorismo

Segundo a PF, as explosões de quarta vão ser investigadas como ato terrorista. Por isso, o inquérito aberto pela corporação vai ser tocado pela Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo da Diretoria de Inteligência Policial.

Foram dois episódios principais: o primeiro, em um carro estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados. Na sequência, outra explosão que matou um homem em frente ao STF.

O morto, Francisco Wanderley Luiz, era o proprietário do veículo. Ele foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu. As informações são do portal de notícias G1.

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